8. AVALIAÇÃO*
A
proposta de avaliação da Escola Beatriz é fundamentada na Resolução nº 03/2002
e na Resolução nº 02/2011[1], que dispõe
sobre o processo de avaliação, recuperação, aprovação/reprovação/promoção,
conselho de classe/colegiado de classe e recursos de ato avaliativo para o
Ensino Fundamental da Rede Municipal de Ensino de Florianópolis. Nela são
estabelecidos os critérios envolvendo a avaliação dos conteúdos conceituais,
procedimentais e atitudinais.
Tendo
clareza de que o que se ensina não é aprendido por todos da mesma maneira e de
que em determinados momentos e em determinados conteúdos alguns podem ter maior
dificuldade do que outros, também são apresentadas as formas de recuperação
paralela definidas pela Escola.
A
expressão da avaliação é por conceitos (boletim descritiva) nos 1os, 2os e 3os
anos e quantitativa nos 4os, 5os e 6os anos e 7as e 8as séries (nota de 0 a 10).
O
ano letivo é organizado em quatro bimestres, conforme calendário escolar
aprovado anualmente em Assembleia Geral e pela Secretaria Municipal de
Educação.
A
avaliação dos conteúdos conceituais e procedimentais será através de testes,
provas e trabalhos de pesquisa, sendo que o professor deverá realizar, no
mínimo, três avaliações por bimestre.
Testes e provas:
Todas
as provas ou testes deverão ser agendados no mural da sala com antecedência;
os
conteúdos deverão ser anotados no quadro (ou entregues por escrito) no momento
que o professor marcar a avaliação;
Os
testes e provas compor-se-ão de questões objetivas e dissertativas (mínimo uma)
com diferentes graus de dificuldades, podendo estas receber pesos diferentes;
os
enunciados serão legíveis e claros;
O valor de cada questão deverá ser registrado no instrumento avaliativo;
As
respostas deverão ser completas e coerentes;
Os
“erros ortográficos” serão corrigidos em todas as disciplinas, porém o desconto
acontecerá somente na de Língua Portuguesa;
As
questões incompletas ou incorretas deverão ser refeitas pelo aluno;
Todos
os testes e provas serão corrigidos pelo professor, em seguida devolvidos aos
alunos, assinados pelos pais e apresentados ao professor.
Trabalhos de Pesquisa:
Os
critérios de avaliação deverão ser apresentados aos alunos com antecedência;
Prazo
de entrega: *serão aceitos trabalhos num prazo máximo de 2 dias úteis após a
data Prevista (registrar a data); *cada dia de atraso acarretará desconto de
0,5 do total da nota tirada no trabalho.
A avaliação dos conteúdos atitudinais será
feita da seguinte forma: No início de cada bimestre será atribuída nota dez
para todos os alunos da turma. A nota remanescente tem peso 01 (um) na
elaboração da Média Bimestral de cada aluno. Fazendo todas as atividades
pedagógicas, o aluno permanecerá com esta nota dez até o final do bimestre. O
valor de cada atividade dependerá do número de atividades desenvolvidas pelo
professor durante o bimestre. Não haverá nota pela atividade em si, isto é, o
aluno não receberá nota quanto aos acertos ou erros, apenas será observada e
registrada a realização ou não da atividade.
Aspectos a serem
observados pelo professor:
Realização das tarefas
|
Organização do material (caderno, livro da
disciplina, lápis, caneta, etc.)
|
Assinatura da prova pelo responsável
|
Correção da prova / teste
|
Organização do caderno (registros em dia)
|
Realização das atividades diárias em sala de
aula
|
Ética e solidariedade nas relações
|
O
cálculo da Média Bimestral (MB) dar-se-á através da média ponderada. Cada
instrumento avaliativo será multiplicado individualmente pelo seu peso e a
somatória final será dividida pelo total dos pesos.
Algumas
estratégias que poderão ser utilizadas no processo de recuperação paralela
Apoio
pedagógico – 1º e 2º ano:
os
alunos cujas dificuldades não foram superadas em sala de aula terão um
atendimento extraclasse – apoio
pedagógico, orientado por um profissional da Escola, duas vezes por semana, no
período inverso ao de aula;
a
indicação dos alunos que necessitarão de apoio pedagógico será feita pelo
professor e discutida com a equipe pedagógica.
Refacção – 2º ano à 8ª
série:
Trata-se
de refazer as atividades pedagógicas e/ou os instrumentos de avaliação com
orientação do professor (produção textual: sínteses, resumos, relatórios,
questões dissertativas, cartazes, apresentações, mapas, maquetes, provas etc.);
1a
versão: corrigida e com nota;
2a
versão: corrigida e com nota (no caso da produção textual, anexar a primeira
versão);
prazo
para entrega da 2ª versão será definido pelo professor;
Deverá
sempre prevalecer a maior nota;
As
atividades de refacção deverão ser registradas no diário de classe como tal.
Grupo de Estudo – 3º ano
à 8ª série:
É uma atividade semanal;
No
grupo de estudo o professor orientador trabalhará os conteúdos da sua
disciplina e a organização dos alunos;
Os
alunos que deverão participar do grupo de estudo serão indicados pelo professor
em conjunto com a equipe pedagógica;
Os
grupos serão de, no máximo, 10 alunos;
Os
responsáveis serão comunicados sobre o dia, o horário e o local do grupo de
estudo pela equipe pedagógica e professor;
Registro do conteúdo/atividade trabalhado e da freqüência será feito em formulário específico.
Aulão – 6º ano à 8ª
série:
É uma atividade esporádica, realizada no horário inverso ao da aula (durante a
semana ou aos sábados), de acordo com a carga horária e a disponibilidade do(a)
professor(a);
Aulão requer o desenvolvimento de uma nova metodologia para a reexplicação de um determinado conteúdo;
Aulão poderá envolver uma determinada turma e/ou série;
Professor deverá agendar com antecedência o local e o horário do aulão com a equipe pedagógica, tendo clareza do número de alunos envolvidos;
Novo instrumento avaliativo será aplicado posteriormente ao aulão, em sala de aula ou em horário inverso e para todos os alunos;
Os alunos que não precisarem refazer o instrumento avaliativo deverão permanecer em sala desenvolvendo outras atividades;
Os alunos que deverão participar do aulão serão indicados pelo professor;
Os alunos indicados só terão direito a refazer o instrumento avaliativo se participarem do aulão;
8.1 Conselho de Classe
Em
2006, foi definida uma nova metodologia para o funcionamento dos conselhos de
classe, especialmente do I e II bimestres, que deixaram de ser um espaço
exclusivo para “queixas por parte dos professores sobre a indisciplina e a
indiferença dos alunos com relação ao estudar”, para tornar-se um momento de socialização
das práticas pedagógicas e de reflexão e aprofundamento dos estudos feitos
durante o processo de formação. A necessidade de organização do registro da
sequência didática[2], desenvolvida ao
longo do bimestre, a ser apresentada no conselho, possibilita ao professor
perceber questões que, muitas vezes, não seriam observadas em função dos
atropelos do cotidiano escolar. A análise do material apresentado no conselho
constitui-se também em uma forma de avaliação e de indicação de novas demandas
para a formação continuada dos professores.
Esse
momento possibilita a aprendizagem de estratégias que deram certo e, ao mesmo
tempo, permite a explicitação das dificuldades, cujo caminho para sua superação
ou minimização poderá estar no debate com o próprio grupo ou nos estudos a
serem realizados durante a 2ª etapa do Curso de Formação.
O
Conselho do III bimestre centra-se na avaliação das turmas e dos alunos
individualmente e, em função do encerramento do ano letivo, na indicação dos
encaminhamentos ainda viáveis.
8.2 O IDEB da Escola
Beatriz
Inúmeras discussões acerca da necessidade de melhorar a qualidade do ensino no País centram-se no domínio da leitura e da escrita pelos estudantes. No ensino fundamental, os dados de reprovação fazem supor que na raiz de boa parte do fracasso escolar esteja o domínio precário das habilidades que envolvem leitura e escrita.
No
ano de 2000, o Brasil participou do Programa Internacional de Avaliação de
Alunos (PISA), que avaliou a área de leitura. Os resultados mostraram que, dos
alunos que realizaram a prova, 22,21% encontram-se em nível muito crítico de
leitura e 36,76%, estão no nível crítico (BRASIL, 2008). Os dados indicam o
baixo desempenho em leitura e compreensão de textos simples, em que são
solicitadas habilidades básicas como a localização de informações explícitas no
texto. No PISA/2006, o desempenho dos estudantes brasileiros em leitura
apresentou uma ligeira queda em relação aos resultados anteriores. Outras
avaliações, criadas para acompanhar a evolução de seu desempenho escolar, como
o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB), reforçam este
diagnóstico.
Podemos
contestar os métodos e objetivos dos programas de educação patrocinados por um
consórcio de instituições de países desenvolvidos, como o da Organização para
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), ao qual se vincula o PISA, e,
ainda, há que se considerar os abismos existentes entre as condições sociais e
econômicas dos países participantes dessa avaliação. Os resultados, porém, são
de alguma maneira, indicadores dos nossos níveis de leitura, denunciando que
algo vai mal neste campo de ensino.
A
realidade da Escola Básica Municipal Beatriz de Souza Brito neste período não
era diferente do restante do Brasil. Em 2005, o IDEB[3]
da Escola nos anos iniciais era de 3,3 e nos anos finais de 3,9, indicando que
algo precisava ser feito. Principalmente, se entendermos o domínio da leitura e
da escrita como uma necessidade, talvez uma das mais importantes na formação do
ser humano, pois é na e pela linguagem que o conhecimento acumulado pela
humanidade se encontra registrado.
Neste
sentido, podemos afirmar que o crescimento do IDEB da Escola neste período (ver
quadros abaixo) tem relação direta com o Curso de Formação que é desenvolvido
desde 2004, portanto sua continuidade é imprescindível.
Anos Iniciais
2005
|
2007
|
2009
|
2011
|
|
IDEB
do Beatriz
|
3,3
|
5,4
|
5,1
|
6,1
|
IDEB
projetado para o Beatriz pelo INEP/MEC
|
----
|
3,4
|
3,7
|
4,1
|
Anos Finais
2005
|
2007
|
2009
|
2011
|
|
IDEB
do Beatriz
|
3,9
|
5,1
|
4,3
|
5,0
|
IDEB
projetado para o Beatriz pelo INEP/MEC
|
----
|
4,0
|
4,1
|
4,4
|
[1] A Proposta de avaliação
apresentada neste documento foi elaborada em 2004, tendo por base a Resolução
nº 03/2002. Em 2011, uma nova Resolução foi editada pelo Conselho Municipal de
Educação, porém a sua implementação, em aspectos como, por exemplo, o projeto
de apoio pedagógico para os alunos “promovidos com restrição” tem sido bastante difícil tanto por parte das
escolas quanto por parte da Secretaria Municipal de Educação. Consideramos
necessário e urgente repensar e rediscutir essa Resolução a partir das
condições objetivas das escolas e da própria Secretaria. É importante que
tenhamos cuidado, pois a aprovação “em massa”, pode ser tão perniciosa quanto a
reprovação praticada em outros momentos históricos. No texto “A reinvenção da
alfabetização”, Magda Soares nos trás a seguinte reflexão: “Então ela [a
criança] repetia, mas, pelo menos, ficava claro para ela que havia o ‘não sei’.
Agora, ela chega à 8ª série, pensa que tem um nível de Ensino Fundamental e não
tem. Na minha opinião, os alunos, os pais desses alunos e a sociedade estão sendo
desrespeitados. Estamos iludindo-os ao dizer que essas crianças e esses jovens
estão aprendendo a ler e a escrever, quando na verdade não estão.” Lembremos da
conhecida “teoria da curvatura da vara”, muito propagada na década de setenta, para
pensarmos que, talvez, os extremos não seja a melhor opção na educação.
[2]
“Sequências didáticas são um conjunto de atividades ligadas entre si,
planejadas para ensinar um conteúdo, etapa por etapa. Devem ser organizadas de
acordo com os objetivos que o professor quer alcançar para a aprendizagem de
seus alunos; elas envolvem atividades de aprendizagem e de avaliação.” Heloísa
Amaral (Mestre em Educação/Pesquisadora do CENPEC)
[3] O Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) foi criado pelo INEP em 2007 e representa
a iniciativa pioneira de reunir num só indicador dois conceitos igualmente
importantes para a qualidade da educação: fluxo escolar e médias de desempenho
nas avaliações. Ele agrega ao enfoque pedagógico dos resultados das avaliações
em larga escala do INEP a possibilidade de resultados sintéticos, facilmente
assimiláveis, e que permitem traçar metas de qualidade educacional para os
sistemas. O indicador é calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar,
obtidos no Censo Escolar, e médias de desempenho nas avaliações do INEP, o SAEB
– para as unidades da Federação e para o País, e a Prova Brasil – para os
municípios. O Plano de Desenvolvimento da Educação estabelece, como meta, que
em 2022 o IDEB do Brasil seja 6,0 – média que corresponde a um sistema
educacional de qualidade comparável a dos países desenvolvidos. Para saber mais
acesse: www.portalideb.com.br ou www.ideb.inep.gov.br
.................................................................
*Do Projeto Político Pedagógico da Escola (Em discussão).
a escola é muito boa eu amo o Beatriz <3
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