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terça-feira, 6 de agosto de 2013

A Rosa de Hiroshima: 06 de agosto de 1945


O que cantamos em "Rosa de Hiroshima"?

"Rosa de Hiroshima" é um poema escrito pelo cantor e compositor Vinícius de Moraes (1913/1980).

"O lançamento da bomba de Hiroshima simbolizou, dentro da história, um dos episódios finais da Segunda Guerra Mundial. O Japão resistia ao avanço norte-americano das mais variadas formas. Com o intuito de apressar a rendição japonesa e demonstrar ao mundo o poder bélico estadunidense, um bombardeiro B-29 lançou uma bomba atômica à base de urânio que explodiu a 580 metros de altitude de Hiroshima, no dia 06 de agosto de 1945, às 8 h e 15min."

"Oitenta mil pessoas morreram, as que sobreviveram a esse monstruoso ataque foram obrigadas a conviver com o caos e as terríveis sequelas da radiação nuclear."

"Dentro desse aniquilador contexto histórico, Vinicius de Moraes compôs o poema Rosa de Hiroshima, certamente como forma de denúncia social e como expressão da sua revolta pelos horrores causados na população de Hiroshima. O poema Rosa de Hiroshima foi musicado e interpretado por vários artistas, sendo um deles o cantor Ney Matogrosso."

Algumas reflexões/interpretações:

. "as crianças mudas, inexatas" são as que morreram e as que continuaram vivendo com aquele medo;

"as mulheres rotas alteradas" quantas as que não mais poderiam ter filhos;

Enfim a bomba é aqui simbolizada por uma rosa que se abre, uma rosa vermelha: a do fogo e o sangue;

"a rosa hereditária" pelas sequelas que a radiação deixou em todos os que moravam lá;

a rosa "Sem cor, sem perfume, Sem rosa, Sem nada."
a estupidez e crueldade de se lançar uma bomba sobre aquele povo.

Rosa de Hiroshima acabou sendo uma das canções mais escutadas nas rádios brasileiras em 1973, e a revista Rolling Stone brasileira a classificou em 69º lugar entre as 100 Maiores Músicas Brasileiras.





Três dias depois, no dia 9/8/45, a "Fat Man" caiu sobre Nagasaki. Historicamente, estes são até agora os únicos ataques onde se utilizaram armas nucleares. As estimativas do primeiro massacre por armas de destruição maciça sobre uma população civil apontam para um número total de mortos a variar entre 140 mil em Hiroshima e 80 mil em Nagasaki, sendo algumas estimativas consideravelmente mais elevadas quando são contabilizadas as mortes posteriores devido à exposição à radiação. A maioria dos mortos era civil.

Documentário da Natgeo, dublado



Fonte: Compilado de Wikipedia, Folha Teen, Yahoo, Brasil Escola, Significados, Natgeo e Youtube.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Apoio Pedagógico: mil e uma atividades


Xô piolho!

Os alunos das turmas 31 e 32 que participam do apoio pedagógico estudaram sobre o piolho (o que é, como se transmite e como evitar). Para concluir o trabalho confeccionaram lindos cartazes. Xô piolho!

 
Cartazes desenvolvidos para projeto na Escola no primeiro semestre de 2013.
Clique nas imagens para ampliar.


Poemas de Vinicius de Moraes e Toquinho para crianças

Estamos estudando agora músicas e poemas de Vinicius de Moraes e Toquinho para crianças... nossos estudos estão sendo divertidos e muito proveitosos. Aqui vai um pouquinho dos nossos trabalhos com o poema "A casa", de Vinicius de Moraes...


Hora de descanso

Na hora do descanso do Apoio Pedagógico nos divertimos muito sempre tem jogos, filmes, e brincadeiras. Os alunos do 4º ano que frequentam o apoio adoram fazer cabaninha.

Fotos Via Profa. Patrícia Brito. Apoio Pedagógico

Veja mais fotos das atividades no álbum da página de Facebook da Escola, clicando aqui.

domingo, 30 de junho de 2013

12a. Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis: 28 de junho a 14 de julho de 2013


Entre os dias 28 de junho e 14 de julho, a cidade de Florianópolis será palco de um dos mais importantes eventos para a cultura infantil do país. Com muitas exibições de longas e curtas, a Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis será muito mais do que isso, pois o evento está propondo uma nova maneira de se pensar e produzir a cultura para criança.

Nessa edição, o grande homenageado será Manoel de Barros, um dos mais importantes escritores da literatura brasileira que retratou em seus livros a criança, a natureza e a riqueza das brincadeiras. Como o próprio poeta diz, “tudo o que a gente é mais tarde vem da infância”. E é o que a Mostra acredita: as experiências da infância são determinantes para formar o adulto.

A programação infantil terá atrações para o público entre 4 e 14 anos. Durante a semana, as exibições serão dedicadas às escolas e aos finais de semana, para todos os públicos.

Haverá a exibição de longas nacionais como O Meu Pé de Laranja Lima e uma sessão especial da animação brasileira História Antes de Uma História, do diretor Wilson Lazaretti, que após o filme, estará lá para bater papo com a plateia. Também entre os longas está a animação Zarafa (Bélgica e França), que conta sobre a amizade entre um menino e uma girafa e a viagem que os dois fazem entre o Sudão e Paris. A animação Os Contos da Noite, do francês Michel Ocelot, um dos mais importantes diretores do mundo, também está na programação, assim como Lotte e o Segredo da Pedra da Lua (Estônia e Letônia), dos diretores Heiki Ernits e Janno Põldma, que estarão com a plateia depois da exibição.

Entre os curtas que compõem a programação, os destaques ficam com a estreia de O Sumiço da Coroa, dos diretores catarinenses Chico Faganello e Marco Martins, e Meu Amigo Nietzsche, de Fáuston da Silva. Alguns documentários serão exibidos, como I’m Eleven, gravado por crianças de onze anos de 15 países diferentes, dirigido por Genevieve Bailey.

A Mostra Competitiva é uma atração especial. Participam 72 curtas do Brasil todo, para duas premiações: o de melhor curta escolhido pelo júri infantil e o melhor curta, segundo o júri oficial formado pelos jornalistas Tais Caramico, Gabriela Romeu e Marcus Tavares, especialistas em temas infantis.

Para as escolas, a Mostra preparou uma programação variada. A blogueira catarinense Isadora Faber estará lá para um bate papo com as crianças logo após a exibição do filme O Fim do Recreio, e o assunto não poderia ser diferente: o protagonismo infantil.

E ainda há muitas outras atrações interessantes dentro da programação: Sessões Anima Mundi; Festival Internacional de Cinema Infantil; Sala de Leitura, Videoteca e Brinquedoteca; oficinas gratuitas para crianças de interpretação e confecção de bonecos; Palquinho da Mostra com apresentações de artistas catarinenses; Mostras itinerantes para vários bairros da Grande Floranópolis; Circuito Estadual de Cinema Infantil para os municípios catarinenses e o espetáculo Crianceiras, sobre a poesia de Manoel de Barros que encerrará o evento.
Para os Adultos

A Mostra não será só para as crianças, e a programação para os adultos reforça a tese de que esse é um dos mais importantes eventos culturais para o Brasil. Além da vinda de diretores estrangeiros e nacionais, alguns debates acontecerão. O 9o. Encontro Nacional de Cinema Infantil trabalhará o tema da Cultura e Infância com a participação de Márcia Rollemberg (Secretária da Cidadania e da Diversidade Cultural do MINC), Beth Carmona (Comkids e Prix Jeunesse Iberoamericano), Karen Acioly (Festival Internacional Intercâmbio de Linguagens, RJ) e Evandro Salles (artista visual), além da coordenadora da Mostra, Luiza Lins.

Também acontecerá o Seminário Educação e Audiovisual, com a exibição do filme argentino Educação Proibida, com um bate papo com o diretor German Doin. Em seguida, haverá uma mesa para discutir o tema com Rodolfo Joaquim Pinto da Luz (Secretário Municipal de Educação), Carla Dozzi (Coordenadora Geral de Cultura e Educação do MINC), Fabiana Marcello (UFRGS), Maria Angélica Santos (Programa de Alfabetização Audiovisual) e Patrícia Durães (Clube do Professor).

Com isso tudo, a Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis reafirma sua relevância. É um dos únicos eventos no Brasil sobre cinema exclusivamente feito para crianças, com linguagem própria para elas, com objetivos educacionais e também para formação de público. Desde 2002, quando foi criado pela diretora e roteirista Luiza Lins, o evento já exibiu mais de 500 curtas metragens, 40 longas e recebeu um público direto de mais de 300 mil crianças, e um público muito maior através da internet. E pela 12a. vez, a expectativa é atender um público de mais de 100 mil pessoas, entre crianças e adultos, e pessoas dos municípios catarinenses através do Circuito Estadual, o que fará dessa edição a mais expressiva de todas.

O patrocínio é do Funcultural do Governo do Estado de Santa Catarina, do Fundo Nacional de Cultura, da Petrobras através da seleção pública do Petrobras Cultural e da Tractebel Energia através da Lei Rouanet.

Reproduzido de Diálogos do Sul
26 jun 2013

Sessões aos finais de semana: R$ 2,00, com direito a um saquinho de pipoca
Sessões durante a semana: Gratuitas

Show de Encerramento: R$ 15,00 meia / R$ 30,00 inteira

Confira a programação da 12a. Mostra clicando aqui.


Conheça mais sobre Manoel de Barros clicando aquiali e acolá na Wikipédia.

domingo, 12 de maio de 2013

Feliz Hu-mãe-nidade...


Feliz Hu-mãe-nidade
Feliz Mães pela e-ternuridade

Amor de Índio
Maria Gadú
Música de Beto Guedes/Ronaldo Bastos/1978

Tudo o que move é sagrado
E remove as montanhas
Com todo o cuidado, meu amor.
Enquanto a chama arder,
Todo dia te ver passar,
Tudo viver ao seu lado
Com o arco da promessa
Do azul pintado pra durar.

Abelha fazendo mel
Vale o tempo que não voou
A estrela caiu do céu
O pedido que se pensou
O destino que se cumpriu
De sentir seu calor e ser todo
Todo dia é de viver
Para ser o que for e ser tudo.

Sim, todo amor é sagrado
E o fruto do trabalho
É mais que sagrado, meu amor.
A massa que faz o pão
Vale a luz do teu suor
Lembra que o sono é sagrado
E alimenta de horizontes
O tempo acordado de viver.

No inverno te proteger
No verão sair pra pescar,
No outono te conhecer,
Primavera poder gostar.
No estio me derreter
Pra na chuva dançar e andar junto
O destino que se cumpriu
De sentir seu calor e ser tudo.

Sim, todo amor é sagrado
E o fruto do trabalho
É mais que sagrado, meu amor.
A massa que faz o pão
Vale a luz do teu suor
Lembra que o sono é sagrado
E alimenta de horizontes
O tempo acordado de viver.

No inverno te proteger
No verão sair pra pescar,
No outono te conhecer,
Primavera poder gostar.
No estio me derreter
Pra na chuva dançar e andar junto
O destino que se cumpriu
De sentir seu calor e ser tudo.


Dois Cânticos e uma Canção
Cecília Meireles

Cântico II

Não sejas o de hoje.
Não suspires por ontens...
não queiras ser o de amanhã.
Faze-te sem limites no tempo.
Vê a tua vida em todas as origens.
Em todas as existências.
Em todas as mortes.
E sabes que serás assim para sempre.
Não queiras marcar a tua passagem.
Ela prossegue:
É a passagem que se continua.
É a tua eternidade.
És tu

Canção Mínima

No mistério do sem-fim
equilibra-se um planeta.

E, no planeta, um jardim,
e, no jardim, um canteiro;
no canteiro uma violeta,
e, sobre ela, o dia inteiro,

entre o planeta e o sem-fim,
a asa de uma borboleta

Cântico VI

Tu tens um medo:
Acabar.
Não vês que acaba todo o dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo o dia.
No amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.

E então serás eterno.

In, “Dois Cânticos e uma Canção” . "Antologia Poética", Editora Record . Rio de Janeiro, 1963, págs.25, 32 e 45.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Dia Internacional da Síndrome de Down: Poema de uma avó para seu neto



Dia Internacional da Síndrome de Down: Poema de uma avó para seu neto*

Igualmente diferente

Renata Zancan

Assim é ser gente,
bicho, planta ou semente,
por mais que se fale, pense ou tente,
não invente: normal, é ser igualmente diferente.

Os girassóis olham sempre para o sol.
num longo caule verde e muitas pétalas amarelas,
mas se olharmos cuidadosamente entre eles...
ah! Quanta diferença entre elas.

As girafas magricelas, pescoçudas e altivas
parecem ter pintas sempre no mesmo lugar,
mas para nosso espanto a diferença esta bem ali na manchinha,
nem precisa procurar.

E as zebras que até parecem todas elas
comprado seus pijamas na mesma liquidação.
Pois fique sabendo você meu amigo,
nem de longe são iguais. Não se engane não!

Seja lá se bicho, planta ou gente,
tudo é sempre diferente.

Essa coisa de ser parecido,
é mania de parente.

Já o mundo, sempre procura um jeito
de apontar o nosso defeito,
mas é porque não sabem nem de longe,
que de perto ninguém é perfeito.

Bem, o que importa nessa história
é ter sempre na memória
que se somos amados bastante,
toda a diferença é insignificante.

E o que vale mesmo na verdade
é saber que em qualquer idade:
importante é viver contente
sendo assim igualmente diferente.

E sonhar sempre os sonhos
que mais para longe puderem te levar.

Porque viver um sonho realizado
é só uma forma de a vida olhar.

*Este poema é dedicado ao meu querido e muito amado netinho Vito, a seus pais e a todos que acreditam na diferença.

Reproduzido de Blog do Grupo Down Avaré
26 mar 2011

quinta-feira, 14 de março de 2013

Feliz Dia Nacional da Poesia: 14 de março



Feliz Dia Nacional da Poesia: 14 de março

"Todas as vozes que procuro e chamo ouço-as dentro de mim porque eu as amo"...

Cruz e Souza
(1861/1898)


João da Cruz e Sousa nasceu em 24 de novembro de 1861, em Desterro (Florianópolis/SC). Era filho de ex-escravos e ficou sob a proteção dos antigos proprietários de seus pais, após receberem alforria. Por este motivo, recebeu uma educação exemplar no Liceu Provincial de Santa Catarina. Além disso, o sobrenome Sousa é advindo do ex-patrão, o marechal Guilherme Xavier de Sousa, o que demonstra o afeto do mesmo para com os pais do futuro autor.

Apesar disso, Cruz e Sousa teve que enfrentar o preconceito racial que era muito mais evidente na época do que é hoje em dia. No entanto, isso não foi pretexto para desmotivá-lo, uma vez que é conhecido como o mais importante escritor do Simbolismo.

Foi diretor do jornal abolicionista Tribuna Popular em 1881. Dois anos mais tarde, foi nomeado promotor público de Laguna (SC), no entanto, foi recusado logo em seguida por ser negro.

Depois de algum tempo no Rio Grande do Sul e após enfrentar represália para não sair de sua terra natal por motivo de preconceito, o autor fixa residência no Rio de Janeiro, onde trabalhou em empregos que não condiziam com sua capacidade e formação.

É então, em 1893, que publica suas obras Missal (poemas em prosa) e Broquéis (poesias), as quais são consideradas o marco inicial do Simbolismo no Brasil que perduraria até 1922 com a Semana de Arte Moderna.

Casou-se com Gavita Gonçalves, com quem teve quatro filhos, os quais morreram precocemente por tuberculose, o que deixou-a enlouquecida 1896. Foi o escritor quem cuidou da esposa, em casa mesmo. Essa é a temática de muitos poemas de Cruz e Sousa.

A linguagem de Cruz e Sousa, herdada do Parnasianismo, é requintada, porém criativa, na medida em que dá ênfase à musicalidade dos versos por intermédio da exploração dos aspectos sonoros dos vocábulos.

Cruz e Sousa faleceu aos 36 anos, em 19 de março de 1898 (Povoado de Estação do Sítio/Antônio Carlos/MG), vítima do agravamento no quadro de tuberculose.

Obras

Poesia: Broquéis (1893); Faróis (1900) e Últimos sonetos (1905).
Prosa poética: Tropos e fanfarras (1885) em conjunto com Virgílio Várzea, Missal (1893) e Evocações (1898).

Por Sabrina Vilarinho

Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola

14 mar 2013

Casa onde nasceu o poeta

Inefável!

Nada há que me domine e que me vença
Quando a minh'alma mudamente acorda...
Ela rebenta em flor, ela transborda
Nos alvoroços da emoção imensa.

Sou como um Réu de celestial Sentença,

Condenado do Amor, que se recorda
Do Amor e sempre no Silêncio borda
D'estrelas todo o céu em que erra e pensa.

Claros, meus olhos tornam-se mais claros
E tudo vejo dos encantos raros
E de outra mais serenas madrugadas!

Todas as vozes que procuro e chamo
Ouço-as dentro de mim, porque eu as amo
Na minh'alma volteando arrebatadas! 

sábado, 3 de novembro de 2012

"Ora (direis) ouvir estrelas!"...


Via Láctea

Olavo Bilac

I

Talvez sonhasse, quando a vi. Mas via
Que, aos raios do luar iluminada,
Entre as estrelas trêmulas subia
Uma infinita e cintilante escada.

XII

Sonhei que me esperavas. E, sonhando,
Saí, ansioso por te ver: corria...
E tudo, ao ver-me tão depressa andando,
Soube logo o lugar para onde eu ia.

E tudo me falou, tudo! Escutando
Meus passos, através da ramaria,
Dos despertados pássaros o bando:
"Vai mais depressa! Parabéns!" dizia.

Disse o luar: "Espera! que eu te sigo:
Quero também beijar as faces dela!"
E disse o aroma: "Vai, que eu vou contigo!"

E cheguei. E, ao chegar, disse uma estrela:
"Como és feliz! como és feliz, amigo,
Que de tão perto vais ouvi-la e vê-la!"

XIII

Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda a noite, enquanto
A Via Láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"

E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e entender estrelas”.

***

BILAC, Olavo. Antologia : Poesias. São Paulo: Martin Claret, 2002. p. 37-55.
Leia o poema “Via Láctea” completo clicando aqui.




Max Medeiros

Poeta graças ao sentido amplo do termo, o sentido que de livre despe-se de sentido. Já no outro, o sentido restrito, aquele que filtra versos e transforma os fonemas mais finos em livros, esse o faz sentir-se restrito demais. Poema E Pé