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quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Tênis: Projeto Sábado no Campus Esportes Adaptados



Nesta segunda-feira (10/12/2012) a turma 42 realizou uma visita à equipe de tênis em cadeira de rodas da UFSC - Projeto Sábado no Campus Esportes Adaptados. A visita foi realizada na disciplina de Educação Física, com o objetivo de complementar a aprendizagem sobre as modalidades Paralímpicas. Após estudar sobre a história e origem das Olimpíadas, os alunos da turma 42 aprenderam também sobre as Paralimpíadas (evento semelhante as Olimpíadas, mas constitui de modalidades esportivas para pessoas com deficiência). Neste período, foram realizadas algumas modalidades presentes nos Jogos (como o voleibol sentado, basquete em cadeira de rodinhas, bocha Paralímpica etc), além de outras atividades.

Durante a visita os alunos puderam experimentar uma cadeira de rodas adaptada para a prática de esportes, além de jogar tênis com atletas que disputam competições entre os melhores do país.

Agradecemos ao Projeto Sábado no Campus: Esportes Adaptados, aos professores Vitor Ciampolini e Ricardo Pimentel, e aos atletas Charles, Kátia, Jocélio e Neivo.

Enviado por Profa. Lorena Helena da Silva/Educação Física

Saiba mais:

Veja todas as fotos no Facebook da Escola.

Links:
Sobre o tênis em cadeira de rodas: (site Confederação Brasileira de Tênis)

Vídeos:
Sobre o TCR


domingo, 14 de outubro de 2012

Escola Beatriz: Semana da Crianca 2012 - O Boi de Mamão

Mural da Escola com algumas fotos de toda a Semana

Semana das Crianças
08 a 11 de outubro de 2012
EBMBSB . CAPES/PIBID/UFSC Pedagogia

Brincar é uma atividade humana tão necessária e importante para o desenvolvimento e formação da criança que virou direito a ser garantido especialmente na Escola.

Na semana de 08 a 11 de outubro de 2012, a Escola Beatriz de Souza Brito em parceria com a UFSC comemorou a Semana da Criança junto aos 260 estudantes matriculados nos anos iniciais, períodos da manhã e tarde, por meio de rodas de contação de histórias, memórias, cantigas, cirandas e brincadeiras e, ainda, realizou oficinas que apelidamos de interessada porque tiveram como objetivo produzir materiais pedagógicos e lúdicos para serem utilizados como suporte do ensino e da aprendizagem em sala de aula.

Saiba mais sobre a Semana da Criança no Blog da Escola Beatriz, clicando aqui.

Crianças "acarinhando" o Boi

Roda mundo... roda a capoeira, roda pião, roda boi, roda a saia, Maricota!...

Assista ao vídeo abaixo com imagens da Abertura da Semana da Criança e a apresentação do Grupo Folclórico Alivanta Meu Boi.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Feliz Semana da Criança: participando, brincando e aprendendo no Beatriz...


Mural da Escola

Semana da Criança
08 a 11 de outubro de 2012
CAPES/PIBID/UFSC Pedagogia e EBM Beatriz de Souza Brito

Brincar é uma atividade humana tão necessária e importante para o desenvolvimento e formação da criança que virou direito a ser garantido especialmente na Escola.

Na semana de 08 a 11 de outubro de 2012, a Escola Beatriz de Souza Brito em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) comemorou a Semana da Criança junto aos 260 estudantes matriculados nos anos iniciais, períodos da manhã e tarde, por meio de rodas de contação de histórias, memórias, cantigas, cirandas e brincadeiras e, ainda, realizou oficinas que apelidamos de interessada porque tiveram como objetivo produzir materiais pedagógicos e lúdicos para serem utilizados como suporte do ensino e da aprendizagem em sala de aula.


  
 Arte nas camisetas recebidas pelas crianças, professores e funcionários

A coordenação e supervisão desta Semana da Criança estiveram sob a responsabilidade dos professores e equipe pedagógica da Escola Beatriz de Souza Brito, do Estágio Docente do Curso de Pedagogia da UFSC e, PIBID UFSC Pedagogia mediante a participação de vinte estudantes. Destacamos a colaboração de 6 estudantes do PIBID Educação Física da UFSC.

Oficina 4: Brinquedos e sonhos (PIBID Educação Física)

As atividades da Semana da Criança: oficinas interessadas rodas de conversas, de contação de histórias, memórias, cantigas, cirandas e brincadeiras

Atividades de ensino foram orientadas por uma metodologia pautada nos princípios da participação e do respeito mútuo, caracterizada em atividades realizadas para, com e entre as crianças, com objetivos de incentivar a formação de leitores, escritores e atores sociais.

A partir da experiência exitosa que tivemos com a 1ª SAPE (11 a 15 de junho de 2012 na Escola Beatriz) e do sucesso das oficinas com as crianças, elegemos como estrutura e organização da semana as oficinas interessadas e as rodas de conversas com o objetivo de conhecer mais e melhor os estudantes dos anos iniciais da EBM Beatriz de Souza Brito, promovendo atividades que mobilizaram estes estudantes para a aprendizagem e garantindo melhores condições para o seu desenvolvimento humano.

Oficina 1 - Comunicar o quê e para quê?
Criança assinando a sua/coletiva criação de arte

Oficinas interessadas

As oficinas realizadas durante a 1ª SAPE permitiram uma maior aproximação com as crianças dos anos iniciais que, sob diferentes formas de expressão, manifestaram o que é ser criança e o que é ser criança na escola, além de outras mais específicas sobre “a sala de aula que temos e a que queremos".

Partindo da análise deste material acumulado, dos produtos das crianças nas oficinas, dos ensaios produzidos pelas estudantes da 3ª fase do Curso de Pedagogia da UFSC (Turmas 2012-1), das manifestações dos professores da Escola Beatriz e das bolsistas do PIBID UFSC Pedagogia, defendeu-se as oficinas interessadas visando garantir as bases materiais e subjetivas para a formação de crianças leitoras, escritoras e sujeitos capazes de se humanizarem, humanizando os tempos e espaços da escola e da sociedade.

Exercitando as mudanças reais nas salas de aula, visando o bem estar das crianças e dos adultos, quisemos criar um espaço de criança onde se brinca, aprende, estuda e se desenvolve plenamente e efetivamente.


Roda 4 - Brincadeiras de ontem e de hoje: vamos viajar no tempo?

Rodas de conversas, de contação de histórias, memórias, cantigas, cirandas e brincadeiras

Durante as reuniões de planejamento, as estudantes bolsistas do PIBID/UFSC Pedagogia problematizaram a necessidade de qualificar a sua participação em sala de aula por meio das rodas de conversas com crianças.

Desta forma, por demanda das mesmas, elegemos as rodas de conversas como estratégia metodológica com intuito de resignificar as rodas que as professoras já realizam com as crianças dos anos inicias e, de oportunizar outra participação destas estudantes nas atividades de ensino.

Portanto, com a finalidade de perceber este espaço como um lugar de encontro e de interação para a Semana da Criança, propuzemos além da realização das rodas de conversas, outras atividades de ensino em roda com o objetivo de conhecer mais e melhor as crianças da Escola Beatriz.

As Oficinas Interessadas e as Rodas da Semana da Criança 


Oficina 1 - Comunicar o quê e para quê?
Local: Sala 10                                               
Responsáveis: Camila, Márcia, Beth, Mirna

Oficina 2 - Suportes para a imaginação, literatura, leitura e escrita!
Local: Sala 09
Responsáveis: Mônica, Nilda, Márcia, Mirna, Fátima

Oficina 3 - Arte em PET II                                     
Local: Multiuso                                                         
Responsáveis: Cláudia, Juliana, Isis, Nara, Marileia, Gigiane

Oficina 4 - Brinquedos e sonhos
Local: Auditório
Responsáveis: Lorena, Iara, Gisela, Fábio, PIBID Educação Física

Oficina 5 - Costura: almofadas para a sala de aula
Local: Biblioteca                                                       
Responsáveis: Terezinha, Nadir, Stela, Dilcéia

Roda 1 - Cantigas, cirandas e brincadeiras
Local: Sala 08
Responsáveis: Natália, Iclaire, Daiana, Luana

Roda 2 - Cantigas, cirandas e brincadeiras
Local: Sala 07
Responsáveis: Séphora, Pâmela, Simone, Sheila

Roda 3 - Contação de histórias: lá vem histórias!...
Local: Sala 11
Responsáveis: Maria, Bianca, Talita, Leticia

Roda 4 - Brincadeiras de ontem e de hoje: vamos viajar no tempo? 
Local: Sala 06                                               
Responsáveis: Gisele, Karen, Emiliane, Diva, Ana Paola
Veja a Programação desenvolvida na Semana da Criança clicando aqui.

Curta a página de Facebook da EBM Beatriz de Souza Brito e veja as fotografias da Semana da Criança, clicando aqui.

Saiba mais no blog do PIBID UFSC Pedagogia, clicando aqui.
Saiba mais no blog do PIBID UFSC Educação Física, clicando aqui.


O "Catador de Histórias" chegando à Escola Beatriz...

domingo, 23 de setembro de 2012

PIBID Educação Física UFSC na Escola Beatriz



PIBID Educação Física UFSC

Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência da CAPES

O subprojeto PIBID/Educação Física da UFSC estará em vigor até o mês de julho de 2013. O PIBID/UFSC tem como objetivo fomentar experiências metodológicas e práticas docentes de caráter inovador, que utilizem recursos de tecnologia da informação e da comunicação, e que se orientem para a superação de problemas identificados no processo ensino-aprendizagem, valorizando o espaço da escola pública como campo de experiência para a construção do conhecimento na formação de professores para a educação básica.

Conheça o Blog do PIBID Educação Física UFSC clicando aqui.



Reunião com os estagiários de Educação Física, PIBID Educação Física UFSC coordenado pelo prof. Fábio Machado Pinto (Bagé) e, na Escola Beatriz pela a Profa. Gisela (20 set 2012). Foto: Leo Nogueira

Workshop de Hóquei com Thiago Pacheco, atleta da Seleção Brasileira de Hóquei Sobre Grama



Workshop de Hóquei com Thiago Pacheco, atleta da Seleção Brasileira de Hóquei Sobre Grama

Os alunos das turmas 61 e 71 da Escola Beatriz de Souza Brito realizaram nesta sexta-feira (21/09) um Workshop de Hóquei, durante a aula de Educação Física. Quem ministrou o Workshop foi o fomentador do esporte na região Thiago Pacheco, também atleta da Seleção Brasileira de Hóquei Sobre Grama.

Antes de praticar a modalidade, durante a semana, os alunos estudaram a modalidade através de vídeos e texto sobre o Hóquei Sobre a Grama.

Agradecemos à Confederação Brasileira de Hóquei Sobre Grama, ao Thiago Pacheco e ao Leo Nogueira, pelo apoio na realização e preparação para a aula.

Profa. Lorena

Fotos: Profa. Lorena


Saiba mais sobre a Confederação Brasileira de Hóquei Sobre Grama (CBHG) e as regras do esporte clicando aqui e, a Confederação internacional de Hóquei clicando aqui.

O HÓQUEI

O Hóquei Sobre a Grama é um esporte presente nas Olimpíadas de Verão. O jogo foi 'criado' pelos ingleses em finais do século XIX. Até os anos 70, Índia e Paquistão foram as grandes potências da modalidade. Atualmente, o hóquei já se popularizou no mundo, não só como um esporte masculino, mas também, feminino.

O hóquei sobre a grama estreou nos Jogos Olímpicos em Londres-1908, naquela época como um esporte de exibição disputado apenas por homens. Só em Amsterdã-1928 que a modalidade passou a contar com um quadro oficial de medalhas. A presença feminina nas competições passou a ocorrer nos jogos de 1980, em Moscou.

Nos EUA e Argentina, por exemplo, o número de mulheres praticantes do hóquei superou ao dos homens.

Seleção Brasileira de Hóquei Sobre a Grama 2012 (Masculino)

No Brasil, somente na década de 80 os primeiros atletas federados começaram a ingressar em campeonatos no exterior. Na década seguinte, o Brasil passou a participar regularmente de torneios continentais como o Caribbean International Hockey Tournament (VEN), o Torneio de La Plata (ARG) e o Torneo Internacional Mercosur (URU).

Porém, a estreia da primeira seleção brasileira de hóquei sobre a grama aconteceu em Santiago, no Chile, em 1998, quando ocorreu o 5º Campeonato Sul-Americano.

Seleção Brasileira de Hóquei Sobre a Grama 2012 (Feminino)

Em 2007, o primeiro campo oficial de hóquei sobre a grama foi construído no país. O campo foi estruturado no Complexo Esportivo de Deodoro, no Rio de Janeiro, para os XV Jogos Pan-Americanos.

No mesmo campo ocorreu, em abril de 2010, o 7º Campeonato Sul-Americano de Hóquei Sobre a Grama, que teve a participação das equipes de homens e mulheres do Chile, Argentina, Paraguai, Uruguai, Venezuela e Brasil.

Fonte: CBHG

domingo, 2 de setembro de 2012

Escola Beatriz: bem te vi revendo e reencantando o mundo...


Uma escola revendo
e reencantando o mundo...
bem te vendo
e bem te querendo nesse Mundo...

1963/2013
50 anos da Escola Beatriz

Sol de Primavera

Beto Guedes
(Beto Guedes e Ronaldo Bastos 1979)

Quando entrar setembro
e a boa nova andar nos campos
Quero ver brotar o perdão
onde a gente plantou juntos outra vez
Já sonhamos juntos semeando
as canções no vento
Quero ver crescer nossa voz
no que falta sonhar
Já choramos muito,
muitos se perderam no caminho
Mesmo assim não custa inventar
uma nova  canção
que venha nos trazer
Sol de primavera
abre as janelas do meu peito
a lição sabemos de cor
só nos resta aprender...


Bem te vi

Paulinho Pedra Azul
(Jardim de Fantasia 1982)

Bem te vi,
bem te vi andar por um jardim em flor
chamando os bichos de amor,
tua boca pingava mel
Bem te quis, bem te quis
e ainda quero muito mais
Maior que a imensidão da paz
bem maior que o sol

Onde estás?
Voei por este céu azul
Andei estradas do além,
onde estará meu bem?
Onde estás?
Nas nuvens ou na insensatez?
Me beije só mais uma vez,
depois volte pra lá...


Bem te vi

O bem-te-vi (Brasil) ou grande-kiskadi (Portugal) é uma ave passeriforme da família dos tiranídeos de nome científico Pitangus sulphuratus, que provêm de pitanga guassu, ou seja, pitanga grande, forma pela qual os índios brasileiros tupi-guarani o chamavam; e do latim sulphuratus, pela cor amarela como enxofre no ventre da ave. A espécie é ainda conhecida pelos índios como pituã, pitaguá ou puintaguá. Outras apelações existentes são triste-vida, bentevi, bem-te-vi-verdadeiro, bem-te-vi-de-coria, tiuí, teuí, tic-tiui e siririca (somente para fêmeas). A versão portuguesa da palavra se assemelha com a anglófona: great kiskadee. Na Argentina é conhecido como bichofeo, vinteveo e benteveo; na Bolívia como frío; e na Guiana Francesa como quiquivi ou qu'est-ce qu'il dit.

Fonte: Wikipedia

sábado, 1 de setembro de 2012

O Direito da Criança ao Brincar

Aula de Educação Física com a Profa. Lorena na Escola Beatriz

Pesquisadores sustentam que brincar é fundamental; entenda por quê

Maurício Horta
Do UOL, em São Paulo

Os amigos imaginários, as brincadeiras com bonecos e fantoches, os desenhos, e todo o mundo da representação surgem por volta dos dois anos e não param mais

Qualquer que seja a cultura ou a época, a criança brinca. Desde o bebê que põe na boca todo objeto que vê na frente até as crianças que jogam vôlei na rua, qualquer criança saudável sente prazer em brincar. Mas qual a importância disso? Em resumo, a brincadeira constrói a mente. “O brincar desenvolve a percepção, a coordenação motora, a criatividade, o vocabulário, a afetividade e o vínculo com o outro”, diz Quézia Bombonatto, presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia.

Acontece que não somos como um computador: não nascemos com algum tipo de programa pré-instalado que nos permita, de cara, reconhecer e entender o que está à sua volta, comunicar-se, criar novas coisas, lidar com suas emoções e obedecer a regras. E esse “programa” tampouco pode ser instalado de cima para baixo, como em uma sala de aula onde o professor dita uma matéria e a criança a copia. Ele é construído aos poucos, livremente, conforme a criança procura obter prazer explorando o mundo e interagindo com outras pessoas. Conforme ela brinca.

E como acontece isso? Segundo Jean Piaget (psicólogo suíço, o primeiro a estudar o processo de aquisição de entendimento das crianças) em três tipos de jogos: os de exercício, os simbólicos e os de regras, que vão surgindo conforme a criança cresce.  É o que veremos a seguir.

Jogos de exercício: cadê o toucinho que estava aqui?

Quando o bebê ainda é bem pequenininho, o mundo é ele. O resto é um monte de coisas desorganizadas a serem exploradas por meio de seus sentidos e movimentos. “E todos os movimentos que o bebê faz e que dão prazer são um ato de brincar”, diz Paula Birchal, psicóloga e professora da PUC de Minas Gerais.

Por exemplo, ele agita as mãos e acha um chocalho. Sente o objeto, pega-o e percebe que fez barulho. Então chacoalha, chacoalha até que caia no chão. E chora. Depois, agarra uma bolinha. Cheira, morde, bate e joga. A mãe pega a bola e a entrega de volta à criança, que a joga novamente, esperando que a mãe a pegue mais uma vez. É nessa repetição que está o pulo do gato. Basta que, por acaso, uma ação provoque um resultado imprevisto -e prazeroso- para que a criança comece a repeti-la. “Ela vê e faz, vê e faz, e cada vez vai fazendo melhor”, diz Paula. Com o tempo, ela percebe que novos resultados não acontecem apenas por acaso, mas que pode conseguir resultados diferentes mudando intencionalmente suas ações. Que pode combinar ações. Que suas ações podem acontecer em situações diferentes.

É assim, bem aos poucos, com repetições que levam a descobertas, e ações que levam a novas descobertas, que a criança passa a se relacionar com o mundo à volta. É por isso que Paula considera o jogo de exercício o mais fundamental dos jogos. “Se a criança não construir uma relação com o objeto lúdico, não conseguirá construir relações com o outro”, explica. Sem essa interação prazerosa, a criança ficará apática, indiferente.

Em sua tese de doutorado, Paula comparou o comportamento de crianças numa creche de Belo Horizonte onde não havia brinquedos que pudessem estimular esses jogos de exercício. Um grupo continuou como estava, e outro recebeu um kit com bolas, caixa de formas, chocalho, jogo de empilhar, livrinho e mordedores em formato de bichinhos. “Crianças sem esses objetos eram mais passivas, relacionavam-se menos. À medida que mexeram com os brinquedos, apareceu a disputa, a interação, a surpresa e o sorriso. As manifestações afetivas. O brincar promove a afetividade”.

Conforme a criança cresce -e mesmo quando o indivíduo é adulto- os “jogos de exercício” não deixam de existir. Apenas se tornam mais complexos: brinca-se não só com objetos, mas com ideias, sentimentos, pessoas, situações. Mas não deixam de existir. Paralelamente a esses jogos, outro tipo de brincadeira começa a surgir ainda por volta do primeiro ano de idade. Além de explorar algo que existe e que está diante dela, a criança passa a imitar algo que não está presente.

Jogo simbólico: faz de conta

“Tudo começa com a criança fazendo vozes de animais, imitando a mãe e o pai”, diz Maria Angela Barbato Carneiro, coordenadora do Núcleo de Cultura e Pesquisas do Brincar da PUC-SP.  De certa forma, a criança está brincando com o animalzinho. Mas com uma grande diferença: não é o animalzinho propriamente dito, mas alguma coisa que o substitui.

Esse é o começo do próximo tipo de jogo de Piaget: o “jogo simbólico”. Aqui entramos para o mundo da imitação, da representação, da fantasia. Do faz de conta que surge para valer por volta dos dois anos, e não para mais. São os amigos imaginários, as brincadeiras com bonecos e fantoches, os desenhos, o teatrinho. A caixa de sapato vira carro, um lençol vira cabana da selva. A criança vira mãe, médico, caminhoneiro, professor -o que quiser.

“A criança vai imitar o que ela vir. Vai conversar com amigo invisível, conversar com a boneca como se fosse pessoa, como se fosse o professor ou o colega”, diz Maria Angela. Ela começa esse tipo de jogo sozinha. Mas, conforme cresce, vai bricar com mais outras. Aí está mais um grande passo: esse jogo se tornará socializado, não só no sentido de brincar com mais crianças, mas também no de assumir vários papéis sociais, ainda que na imaginação. “A criança vai imitando tudo o que vê nos adultos, seja na família, seja nas profissões ou em outras situações que possam surgir. E isso é importante para a criança entender esses papéis”, diz Maria Angela.

A fantasia também serve para a autoestima da criança. “Ela pode errar, não chegar até o final. Mas não tem problema. O erro nunca é punido. A criança tem oportunidade de voltar a fazer de novo”, diz Maria Angela. Além disso, tem a oportunidade de criar, ir além. “Se não explorar sua imaginação, a criança vai ficar com um pensamento muito limitado, muito pouco criativo”.

Às vezes o adulto acha que o faz de conta é só um passatempo. É um grave engano. A brincadeira de faz de conta também serve para expressar aquilo que criança não consegue dizer habilmente. “Enquanto brinca com um boneco, a criança pode comunicar, por exemplo, alguma violência que sofra”, conta Maria Angela.

Até aqui, a brincadeira não obedece a regras. Até que, por volta dos cinco anos, começa a ficar claro nas brincadeiras o que vale e o que não vale. O que é perder e o que é ganhar. É quando surge o embrião dos “jogos de regras”.

Jogo de regras: levando na esportiva

Quando a criança é pequena, ela gosta de jogar bola. Primeiro, ela sente a bola. Sua cor, sua textura, sua forma. Depois, joga a bola e vê que ela quica. E acha graça. Então, transforma a bola em outra coisa: num amiguinho, no pai, na mãe, num animalzinho. Mas mesmo que ela já esteja chutando a bola com outras crianças, ela ainda não joga futebol. Se ela brincar de pelota, o dono da bola sempre vai ser vencedor, simplesmente porque ainda não há regras. Tudo pode, tudo vale. Até que, por volta dos seis anos, ela e seus amiguinhos começam a se dividir em aliados e adversários.

O seu jogo não é mais chutar a bola de um lado para o outro, mas chutá-la dentro de uma área determinada, com pessoas determinadas contra outras pessoas determinadas, com regras determinadas. Conforme aprende as regras, constrói estratégias, toma decisões, analisa erros e lida com perdas e ganhos. De pelota, passa a jogar futebol. “Ela aprende a perder, a esperar a vez dela. A lidar com a frustração, a crítica, o que vai ser fundamental para uma adolescência menos sofrida”, diz Vera Barros de Oliveira, presidente da Associação Brasileira de Brinquedotecas.

É então que surgem os campeonatos, desde futebol até plantar bananeira. Também se torna claro quando há justiça ou injustiça. “Quando os pais protegem um filho mais novo, o mais velho geralmente se sente trapaceado, pois o menor burla as regras”, diz Quézia Bombonatto.

Por ser tão importante para o desenvolvimento, a criança precisa praticar todo tipo de brincadeira. “Nossas crianças perderam muito do brincar: pular corda, bolinha de gude, telefone sem fio, jogos de roda. Essas brincadeiras que antigamente aconteciam na rua ficaram restritas à escola”, diz Quézia.

E não basta participar de brincadeiras. É preciso também desempenhar diferentes papéis. “Vejo crianças que ficam à mercê do grupo, e para sentir que pertencem acabam aceitando o papel do fraco. Aceitam o papel de escravo, do capacho. Enquanto as outras crianças jogam bola, elas carregam as mochilas”, diz Quézia. “Esse papel pode existir. Mas uma criança não pode jogar apenas um papel.

Reproduzido de UOL
01 set 2012

Leia também no UOL:

“Brinquedo não tem gênero: boneca e carrinho podem divertir meninos ou meninas” (30/08/12) clicando aqui.

“Brincar de mocinho e bandido pode? Saiba a opinião de especialistas” (31/08/12) clicando aqui.

Saiba mais sobre o direito ao brincar:

"O direito de brincar", por Dilan Camargo no Recanto das Letrs (17/05/09) clicando aqui.

"Declaração: o direito da criança ao brincar", por IPA, clicando aqui.

“Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança” (adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 20 de novembro de 1989, artigo 31, clicando aqui.

Art. 31

1 – Os Estados Partes reconhecem o direito da criança ao descanso e ao lazer, ao divertimento e às atividades recreativas próprias da idade, bem como à livre participação na vida cultural e artística.

2 – Os Estados Partes promoverão oportunidades adequadas para que a criança, em condições de igualdade, participe plenamente da vida cultural, artística, recreativa e de lazer.



domingo, 19 de agosto de 2012

"A apropriação da escrita como um instrumento cultural complexo"



Encontro de Formação com a Profa. Jucirema Quinteiro e Diana Carvalho de Carvalho (CED/UFSC)
13 de agosto de 2012

Presentes professores da EBM Beatriz dos Anos Iniciais, Mestrandas e Doutoranda do PPGE/UFSC do GEPIEE e PIBIDs UFSC – Pedagogia e Educação Física - que atuam em projetos na escola.

Tema do Encontro: Leitura e escrita, com texto de Suely Amaral Mello, "A apropriação da escrita como um instrumento cultural complexo".

MELLO, S. A. A apropriação da escrita como um instrumento cultural complexo. In: MENDONÇA, S. G. L.; MILLER, S. (orgs). Vigotski e a Escola Atual: fundamentos teóricos e implicações pedagógicas. Araraquara, SP: Junqueira & Marin, 2006b, p. 181-192.

Veja mais sobre o tema abordado na leitura do texto clicando aqui.