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domingo, 18 de novembro de 2012

7ª. Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul em Florianópolis



7ª. Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul
Florianópolis

Exibição de obras contemporâneas realizadas em países da América do Sul, com conteúdos relacionados aos Direitos Humanos. De 03 a 08 de Dezembro, no auditório do CESUSC. Rodovia SC 401 / Km 10 - Trevo Santo Antônio de Lisboa, com entrada franca.

Sob a produção local de Luiza Lins, a 7ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul traz cinema, debates e bate-papos e coloca-se como uma grande possibilidade de trocas de conhecimento e aumento da percepção que se tem dos múltiplos cotidianos da nossa querida América do Sul, alimentando o aumento das possibilidades de atuação para a construção de novas realidades para seu povo.

A Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul é uma iniciativa da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, com produção da Cinemateca Brasileira, vinculada ao Ministério da Cultura, e patrocínio da Petrobras. É realizada em todas as capitais dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal. 

Sendo a maior Mostra de cinema do gênero, no mundo, o evento é voltado a obras realizadas em países da América do Sul, cujo conteúdo contemple aspectos relacionados aos Direitos Humanos, tais como: Direitos das pessoas com deficiência; população LGBT/enfrentamento da homofobia; memória e verdade; crianças e adolescentes; pessoas idosas; população negra; população em situação de rua; mulheres; direitos humanos e segurança pública; proteção aos defensores de Direitos Humanos; combate à tortura; democracia e Direitos Humanos; e situação prisional.

Mais de seis décadas depois da Declaração Universal dos Direitos Humanos, nosso cotidiano ainda é, infelizmente, permeado pela luta de grupos e pessoas por condições dignas de vida, pela própria garantia de direito à vida, por justiça e contra humilhações. A Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul leva para a tela a realidade contemporânea e promove o debate de todas estas questões importantes e emergentes.

Neste ano de 2012ª Mostra entra em sua 7ª edição e Florianópolis recebe a segunda edição do evento.


Pegue o folder com a programação do evento na Sala Informatizada da Escola Beatriz

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Indicação de documentários: crianças, infância, adolescência...



DOCUMENTÁRIOS
ESPECIAL DIA DAS CRIANÇAS

Segundo o IBGE, quase 4 milhões de crianças e adolescentes se encontram fora das escolas. Os motivos são muitos, desde o desinteresse escolar, a gravidez precoce ou até o ingresso no mercado de trabalho para ajudar na renda da família.

Em todo o mundo, de acordo com os dados divulgados pela OIT (Organização Internacional do Trabalho), temos 215 milhões, entre crianças e adolescentes, que trabalham, sendo que a metade está exposta à condições degradantes. A exploração sexual, a escravidão, a servidão e atividades em conflitos armados são as principais consequências da ausência escolar e a falta de políticas púbicas, levando nossas crianças a baixo estima e os tornando vulneráveis as propostas ilusórias de enriquecimento e consumo.

A publicidade voltada para o público infantil colabora com a obesidade, erotização precoce, violência e diminuição da criatividade e de momentos importantes da infância, fora o estresse familiar na qual prometem uma vida feliz cheia de emoção, desde que você possua o que está sendo vendido. Precisamos refletir sobre isso...

Esses filmes são uma homenagem as crianças de todo o mundo:

Nascidos em bordéis 
O Lado Negro do Chocolate
Crianças de Gaza
Criança - A alma do negócio
Crianças de Consumo
A Ira de um Anjo
A Invenção da Infância
Promessas De Um Novo Mundo
War Dance Uganda
Crianças no Furacão 
Bebês
Meu eu secreto
Meninas: Gravidez na Adolescência
Crianças do Tsunami
Esperando pelo Super-Homem
Autismo: fabricado nos EUA
Meu Filho Bipolar
Crianças capazes

Nascidos em Bordéis (Born Into Brothels: Calcutta’s Red Light Kids; 2004) mostra a vida de crianças, filhos de prostitutas, que nascem e crescem em bordéis no bairro da Luz Vermelha, em Calcutá.
O chocolate que consumimos é produzido com o uso de trabalho infantil e tráfico de crianças? O premiado jornalista dinamarquês, Miki Mistrati, decide investigar os boatos. Sua busca atrás de respostas o leva até Mali, na África Ocidental, onde câmeras ocultas revelam o tráfico de crianças para as plantações de cacau da vizinha Costa do Marfim. A Costa do Marfim é o maior produtor de cacau, respondendo por cerca de 40% da produção mundial. Empresas como a Nestlé, Barry Callebaut e Mars assinaram em 2001 o Protocolo do Cacau, comprometendo-se a erradicar totalmente o trabalho infantil no setor até 2008. Será que o seu chocolate tem um gosto amargo? Acompanhe Miki até a África para expor "O Lado Negro do Chocolate".

Durante a incursão israelita na Faixa de Gaza em dez 2008 a jan 2009 (operação chumbo grosso), grupos humanitários estimam que cerca de 1.000 crianças foram feridas e 300 foram mortas.

Este documentário mostra a opressão de Israel na visão humana, sensível e delicada de Omsyatte, Ibrahim, Amal e Mahmud, crianças palestinas como quaisquer outras, testemunhas do horror, vítimas da crueldade, orfãs de um lugar que já foi um país. Elas são tolhidas de qualquer sonho, e de qualquer perspectiva decente de futuro.
A realidade das crianças palestinas de hoje está em ver seus pais e seus irmãos sendo mortos, suas casas sendo derrubadas, suas escolas bombardeadas. Para piorar, Israel impõe um bloqueio econômico sobre a nação, gerando mais desespero e miséria para os palestinos.

Diante desse cenário absurdo, muitas crianças deixam de fazer o que faz a maioria das crianças: sonhar.

Este documentário reflete sobre estas questões e mostra como no Brasil a criança se tornou a alma do negócio para a publicidade. A indústria descobriu que é mais fácil convencer uma criança do que um adulto, então, as crianças são bombardeadas por propagandas que estimulam o consumo e que falam diretamente com elas.

O resultado disso é devastador: crianças que, aos cinco anos, já vão à escola totalmente maquiadas e deixaram de brincar de correr por causa de seus saltos altos; que sabem as marcas de todos os celulares mas não sabem o que é uma minhoca; que reconhecem as marcas de todos os salgadinhos mas não sabem os nomes de frutas e legumes. Num jogo desigual e desumano, os anunciantes ficam com o lucro enquanto as crianças arcam com o prejuízo de sua infância encurtada.

Contundente, ousado e real este documentário escancara a perplexidade deste cenário, convidando você a refletir sobre seu papel dentro dele e sobre o futuro da infância.

Documentário de como a Publicidade, os Meios de Comunicação Social e o Marketing usam e influenciam as crianças a serem Mega-Consumidoras. As tácticas e manobras manipuladoras para conseguirem, o que eles indicam, o melhor mercado humano, as crianças. A Ciência está a ser usada para dissecar as crianças para criar novas formas de as enganar, novas formas de as estupidificar.

Este documentário é uma compilação das filmagens das sessões de terapia do Dr. Ken Magid, psicólogo clinico especializado no tratamento de crianças severamente abusadas. O relato de Beth, 6 anos, é perturbador, mostra os efeitos devastadores de abuso em uma criança. Recomenda-se que não seja assistido por pessoas sensíveis.

Ser criança não significa ter infância. Uma reflexão sobre o que é ser criança no mundo contemporâneo.

Um documentário fascinante e emocionante onde tenho certeza que aqueles que assistirem por completo irão surpreender-se com lágrimas rolando dos olhos.Criado por B.Z.,o documentário retrata o outro lado por trás do ódio alimentado entre primos distantes (Israelenses e Palestinos) que brigam de forma incessante entre si pela herança das terras de Israel, estando no meio de tudo isso, crianças inocentes que pensam de uma maneira diferente de seus pais em relação ao psêudo-inimigo que deveria gerar-lhes terror e algeriza. Um documentário surpreendente que mostra que as crianças querem viver simplesmente como crianças, confiram! Grande abraço!
Três crianças que vivem em um campo de deslocamento no norte de Uganda competir na música nacional de seu país e de dança festiva.

O documentário de 52 minutos abrange entrevistas com 12 pessoas que eram crianças no período que vai do golpe de 1964 até a Abertura, em 1982. A memória de quem viveu o cotidiano do regime militar brasileiro, em razão do envolvimento de familiares na trama política da época.
A perspectiva da abordagem das entrevistas é a percepção através da ótica da criança. O documentário busca o registro das sensações e reações diante de eventos concretos, compondo um painel diferente da frieza do conteúdo dos livros ou do distanciamento de quem olha de fora e avalia os estragos.
O filme é uma realização da Fundação Joaquim Nabuco - Ministério da Educação.

Este filme visualmente deslumbrante nova simultaneamente segue quatro bebês em todo o mundo - desde a primeira respiração para primeiros passos. Da Mongólia à Namíbia para San Francisco a Tóquio, BEBÊS alegria captura em filme os primeiros estágios da jornada da humanidade, que são ao mesmo tempo único e universal para todos nós.

O documentário fala de três jovens portadores da síndrome do transtorno de identidade de gênero(também conhecidos como disfóricos ou transgêneros ou transexuais ), tendo o mais velho 17 anos e a mais nova 6 anos. A vida em família, a descoberta do problema, as causas, as adaptações, a aceitação.

"Meninas" vai muito além de uma simples investigação sobre a gravidez precoce, um problema crucial no Brasil, onde uma em cada cinco gestantes é adolescente. Fica muito claro nas entrevistas que, mesmo não tendo total consciência das implicações da maternidade, não faltam às garotas informações sobre sexo e concepção. Ou seja, havia a possibilidade de evitar a gravidez, mas isso não foi encarado com seriedade. Para algumas meninas, ser mãe representa afirmação e chegada à vida adulta.

Em nenhum momento "Meninas" se propõe a fazer um julgamento de seus personagens, ou qualquer discurso moralista. Contando com depoimentos muito bons, tanto das garotas, quanto de suas mães, consegue-se identificar, porém, a falta de sonhos pessoais e profissionais dessas jovens de baixa renda.

Por isso, o filme torna-se um retrato preocupante de uma juventude pobre e sem perspectivas, que eterniza de pai para filho um assustador ciclo de pobreza. Os problemas sociais, como a baixa escolarização e profissionalização, não raro funcionam como caldo para a criminalidade, como o sempre presente tráfico de drogas nos morros cariocas.

O documentário reúne depoimentos de crianças japonesas sobre suas impressões do desastre natural que abalou o país em março de 2011, além de suas experiências e perspectivas durante e após o terremoto.

Um filme que todo educador (ou burocrata da educação) deveria assistir.
O sistema público de ensino nos EUA está a pique, gerações inteiras irão se perder. Crianças sendo afastadas de oportunidades de vida, ficando vulneráveis ao que uma existência sem estudos pode acarretar.

O documentário mostra que a receita para mudar os péssimos resultados das escolas públicas é simples: maior carga horária, mais salas de aulas por alunos, mais motivação aos professores. Mas apesar de ser simples, tem-se que lutar contra o sistema...

Há grandes exemplos dos que desafiaram esse sistema em locais onde o nível de aprendizado o mais baixo da região, onde era quase impossível levar algum aluno à Universidade, conseguiu-se que mais de 90% dos seus alunos conseguissem esse feito.

Excelente documentário de alerta sobre essa doença que destrói a vida de crianças. Há um volume enorme de pesquisas indicando ser o autismo uma das consequências funestas da presença de mercúrio em vacinas. Assista o documentário, pesquise o tema Mercúrio e autismo, há muita informação a respeito.

Ha um ditado que diz: quer saber o culpado? Siga a trilha do dinheiro.
Vacinas são uma fonte enorme de lucros para os cartéis farmacêuticos. Na verdade todas as doenças são fontes de renda para eles.

Este especial acompanha quatro famílias com filhos diagnosticados com transtorno bipolar e mostra como essa condição afeta significativamente suas vidas.

No documentário Crianças Capazes, jovens que já passaram pelo CEDET (Centro de Desenvolvimento do Potencial e Talento) e crianças que frequentam as oficinas atualmente dão depoimentos sobre a chance de experimentar algo tão diferente do dia-a-dia escolar. São entrevistados ainda pais, professores das escolas públicas e monitores de oficinas. O documentário aborda também o risco de aliciamento das crianças capazes pelo crime organizado.

Recebido via Facebook de Eric Fenelon
Do Grupo Brigadas Populares

domingo, 16 de setembro de 2012

O Direito de Sonhar...


El Derecho al Delirio . O Direito de Sonhar

Eduardo Galeano


No século vinte e um,
se ainda estamos aqui,
todos nós seremos gente do século passado
e, pior ainda, seremos gente do milênio passado.

Ainda não podemos adivinhar o tempo que será,
sim que temos, ao menos, o direito de imaginar
o que queremos que seja.

As Nações Unidas proclamaram
extensas listas de direitos humanos,
mas a imensa maioria da humanidade
não tem mais que o direito
de ver, ouvir e calar.

Que tal se começarmos a exercer o jamais proclamado
direito de sonhar?

Que tal se deliramos por um tempinho,
ao fim do milênio?

vamos fixar os olhos mais além da infâmia
para adivinhar outro mundo possível:

O ar estará limpo de todo veneno que não venha
dos medos humanos e das humanas paixões.

As pessoas não serão dirigidas pelo automóvel,
nem serão programadas pelo computador,
nem serão compradas pelo supermercado,
nem serão assistidas pelo televisor.

O televisor deixará de deixar de ser
o membro mais importante da família.

As pessoas trabalharão para viver,
em lugar de viver para trabalhar.

Se incorporará aos códigos penais
o delito de estupidez,
que cometem os que
vivem para ter ou para ganhar,
em vez de viver
por viver e só.

Como canta o pássaro,
sem saber que canta,
e como brinca a criança,
sem saber que brinca.

Em nenhum país irão presos os rapazes
que se neguem a cumprir o serviço militar,
mas os que queiram cumpri-lo.

Os economistas não chamarão nível de vida
ao nível de consumo;
nem chamarão qualidade de vida
à quantidade de cosas.

Os cozinheiros não mais acreditarão
que as lagostas adoram que as fervam vivas.

Os historiadores não acreditarão mais
que os países adoram ser invadidos.

O mundo já não estará em guerra contra os pobres,
mas contra a pobreza.

E a industria militar não terá mais remédio
que declarar-se falida.

A comida não será uma mercadoria,
nem a comunicação um negócio.

Porque a comida e a comunicação
são direitos humanos.

Ninguém morrerá de fome,
porque ninguém morrerá de indigestão.

As crianças de rua não serão tratados
como se fossem lixo,
porque não haverá crianças de rua.

As crianças ricas não serão tratadas
como se fossem dinheiro,
porque não haverá crianças ricas.

A educação não será o privilégio
dos que possam pagá-la,
e a polícia não será a maldição
de quem não pode comprá-la.

A justiça e a liberdade,
irmãs siamesas,
condenadas a viver separadas,
voltarão a juntar-se,
voltarão a juntar-se bem grudadinhas,
costa contra costa.

Na Argentina, as loucas da praça de maio
serão um exemplo de saúde mental,
porque elas se negarão a esquecer
os tempos da amnésia obrigatória.

A perfeição,
a perfeição continuará sendo
o aborrecido privilégio dos deuses.

Mas neste mundo,
neste mundo desajeitado e fodido,
cada noite será vivida
como se fosse a última,
e cada dia como se fosse o primeiro.

Bibliografia 
Eduardo Galeano, Patas Arriba, Buenos Aires, dezembro de 1998.

Fonte: Radialistas

Eduardo Hughes Galeano  (Montevidéu, 3 de setembro de 1940) é um jornalista e escritor uruguaio. É autor de mais de quarenta livros, que já foram traduzidos em diversos idiomas. Suas obras transcendem gêneros ortodoxos, combinando ficção, jornalismo, análise política e História.

“As Veias Abertas da América Latina” é sua obra mais conhecida e de maior relevância. A obra de Eduardo Galeano nos leva a olhar para o passado que temos vivido e que futuro estamos desejando para nossos descendentes.