Aula Inaugural do Curso de Robótica do
Beatriz em 21 de agosto de 2013
Com a
presença dos alunos e alunas da primeira turma 2013/2014 e seus pais/responsáveis,
profissionais e autoridades do SESI/SC e Prefeitura Municipal de Florianópolis
(Secretaria Municipal de Educação e Secretaria Municipal de Ciências, Tecnologia
e Desenvolvimento Econômico Sustentável), membros da ACATE (Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia),
funcionários e professores do Beatriz, realizou-se a “Aula Inaugural” do Curso
de Robótica no Auditório da Escola.
O diretor da Escola
Beatriz, Prof. Edilton Luís Piacentini, saudou e recebeu a todos em nome da
Escola e convidou as autoridades presentes a comporem a mesa. A Diretora do
SESI/SC da Grande Florianópolis, Sra. Iraci J.C. da Costa, juntamente com a
Diretora de Educação, Sra. Sendi Locks Lopes, deram as boas vindas aos alunos
dessa primeira turma. Seguiram-se os depoimentos do Sr. Cristiano Studzinski,
ex-aluno do Beatriz e atualmente membro da ACATE, patrocinador de uma das
bolsas de estudo do curso; o Secretário Municipal de Ciência e Tecnologia; o
Secretário Municipal de Educação, Prof. Rodolfo Pinto da Luz; e Sra. Maria Lucena,
mãe de aluno e membro do Conselho de Escola.
Sr. Cristiano Studzinski
Veja mais fotos do evento na página de Facebook da Escola, clicando aqui, ali e acolá.
O filme
propõe questionar lógicas da escolarização moderna e a forma de entender a
educação, tornando visível experiências educativas diferentes, não
convencionais que plantam a necessidade de um novo paradigma educativo.
Segunda-feira,
08/07/13, sessões às 8h30 e 13h no Cinema do CIC (aberto ao público) durante a
Mostra de Cinema Infantil
Após a
sessão, bate-papo com o diretor German Doin
Excesso de medicação na
infância preocupa especialistas
Por Redação, com RBA -
de São Paulo
11/11/2012
A medicalização
da educação e da sociedade é um processo que tem transformado em distúrbios
passíveis de tratamento com terapias e medicamentos questões como emoções,
sentimentos e comportamentos não aceitos socialmente.
O que
preocupa é ainda não haver estudos suficientes sobre os problemas
causados pelo uso prolongado da droga. E também: a falta de diálogo entre
crianças, adolescentes, seus familiares e educadores esteja sendo substituído
justamente por medicamentos como esse.
O psicólogo
Ricardo Taveiros Brasil, do coletivo interinstitucional Queixa Escolar diz
queum exemplo muito comum do fenômeno é a dificuldade de pais e
professores, hoje em dia, para educar as crianças. Em vez de irem à
raiz dos problemas e suas explicações, passam a dizer que elas são
portadoras de distúrbios de comportamento, de atenção, de aprendizado, de
leitura e escrita “como se houvesse na realidade um distúrbio específico,
neurológico, que comprometesse somente o aprendizado”, apontou. “No entanto, é
preciso deixar bem claro que não estamos falando que isso acontece na Medicina
como um todo e nem que somos contrários a toda forma de prescrição de
medicamentos”, salientou. Os questionamentos contra a medicalização
surgiram nos anos 1970 e 1980, com pesquisadores de diversas áreas, como
filosofia, sociologia e até da própria medicina.
Outro exemplo é a
confusão entre tristeza, luto e depressão – alardeada por setores da
saúde mental e pela mídia como o ‘mal do século’. Conforme Ricardo, estão dando
prazo para o sofrimento. Assim, o processo de luto de uma pessoa que perdeu um
ente querido ou algo de muita importância é normal se durar 14 dias. A partir
daí, se não melhorar, é depressão e é preciso entrar com medicação. ”Isso
nos assusta. Do ponto de vista da Psicologia, o processo de luto é
singular. Como estabelecer prazos para a elaboração do luto, questionou. Ele
menciona o livro O
tempo e o cão – a atualidade das depressões, da psicanalista Maria Rita
Kehl, na categoria Educação, Psicologia e Psicanálise, no qual a autora
pensa a depressão como sintoma social, de uma sociedade que exige felicidade,
alegria em tempo integral, artificial, com as pessoas divulgando em redes
sociais uma vida feliz o tempo inteiro.
Diz ainda que por trás
do movimento da medicalização estão forças da sociedade e sobretudo um
movimento da indústria farmacêutica voltado para isso. Fato, conforme Ricardo,
mostrado no filme O Jardineiro Fiel,
dirigido por Fernando Meirelles, que denuncia manobras da indústria de
medicamentos para aprovar pesquisas e lança-los no mercado conforme seus
próprios interesses comerciais. “Só que com o avanço das pesquisas em todas as
áreas, a medicalização mostra-se cada vez mais polêmica e questionada inclusive
no próprio campo da medicina”e.
O profissional, que
atende crianças e adolescentes com dificuldades específicas na escola, adverte
pais e educadores para que, antes de rotular quaisquer dificuldades de
aprendizagem com este ou aquele distúrbio, devem avaliar e refletir o contexto
como um todo. “O que está acontecendo dentro da escola e no sistema educacional
que está dificultando que a criança aprenda aquilo que tem que aprender?”, questionou. Para
ele, é preciso impor limites às crianças, ensinar, por ex., que não se
pode fazer tudo o que se quer fazer. “A criança precisa de limites.
Afinal, que mundo é esse em que não sobra tempo para os pais estarem por
mais tempo com os seus filhos? Que escola é essa que tem mais de 40 alunos por
sala de aula, impedindo o professor de acompanhar o aluno mais de perto, de ter
um contato mais próximo?”
Esse contexto
desfavorável à educação e ao desenvolvimento psicológico de uma criança é, na
análise de Ricardo, favorável aos processos de medicalização. “A partir do
momento em que a criança toma um comprimidinho, fica parada, contida
quimicamente, e não atrapalha mais. Só que esse ‘efeito terapêutico’ é sinal da
toxicidade do remédio. O melhor é que pais e professores reflitam mais
sobre o que pode estar acontecendo, dialoguem e investiguem esse contexto, que
é complexo, antes de encaminhar a criança para um profissional. Isso pode
parecer mais complicado do que dar um remédio – aliás, tomar remédio é mais
fácil; toma-se remédio para tudo. Em vez de fazer exercício e melhorar a
alimentação, as pessoas tomam remédio para emagrecer”.
Para ele, do ponto de
vista psicológico, essas drogas exercem efeitos complexos e preocupantes,
como ‘calar o sujeito’ – quando a criança que está ‘incomodando
demais’ está, na verdade, querendo chamar a atenção, comunicar algo, como
medos, preocupações, desejos. “Nós precisamos primeiro ouvi-las, dar atenção e
não calar a angústia, o sofrimento com um comprimidinho”.
Do ponto de vista
orgânico, segundo ele, há relatos de que o uso contínuo desses medicamentos
tornam as crianças menos sensíveis para uma série de coisas. Exemplo é um
bombom de chocolate, que não vai ter o mesmo efeito de prazer. “Então, se
a gente pensar em um adolescente que fuma maconha e usa esses medicamentos, sua
propensão a outras drogas é muito maior porque ele vai buscar outras formas de
obter satisfação, prazer”, explicou.
Para Ricardo, a questão
é grave, colocando em risco a saúde das crianças e transferindo para elas a
responsabilidade de um sistema de educação cheio de problemas. “O Estatuto da Criança
e do Adolescente assegura que a criança tem direito à vida, à educação e
saúde de qualidade. E esse direito pressupõe o direito de não tomar uma droga
que pode levar a consequências graves. É por isso que temos que lutar.”
***
Recebido via e-mail de Andrea Cunha Arantes
(Psicóloga e Professora) Vídeo da TV Brasil
Professores com doutorado são minoria em
sala de aula no ensino fundamental
SC tem 42 professores doutores nessa etapa de aprendizado, o que representa
0,1% do total
Por Júlia Antônio Lourenço
Diário Catarinense
06/11/12
Pedro Cabral Junior tem 51 anos e metade deste tempo passou em sala de aula.
Depois de 25 anos estudando, é dono do título de doutor. Todo o conhecimento
adquirido repassa para seus alunos da educação básica. Como ele, há outros 41
professores doutores em Santa Catarina no ensino fundamental — o que representa
0,1% dos 41.787 profissionais.
No
Brasil, o percentual é ainda menor: 0,08% de 1.389.706 professores de ensino
fundamental tem doutorado. Os dados são do Ministério da Educação, referentes a
2011. O Estado com mais doutores é o Rio de Janeiro, com índice de 0,3%.
Baixos
salários e até mesmo um entendimento de que lugar de doutor é na universidade
levam educadores a deixarem as escolas básicas. Cabral Júnior pensa diferente.
A caminho de um pós-doutorado, o professor de artes, de 5º a 9º ano, do colégio
municipal Beatriz de Souza Brito, em Florianópolis, nunca cogitou sair da
escola.
—
Aqui é onde eu consigo atingir as coisas que eu acredito com mais intensidade.
A revolução que a gente tanto prega é feita no teu espaço de trabalho e na
base. É onde eu escolhi estar e ser feliz. Sou professor por opção, e eu gosto
de estar aqui. Me divirto em sala de aula — afirma.
Cabral
acredita que a escola é onde começa a construção do conhecimento, das ideias e
dos valores. Além de estar no lugar que escolheu, ele também diz que o salário
está dentro do que considera justo para um professor com doutorado, levando em
conta seus 28 anos de serviços na rede municipal.
Para
professor, estudar e voltar pra escola é ótimo
Cabral
acredita que há poucos doutores no ensino fundamental por uma ideia de que ter
doutorado e dar aula para crianças é muito pouco. Quando fala que tem doutorado,
as pessoas perguntam em qual universidade ele trabalha.
—
O status te impõe e obriga que seja professor universitário e até existe uma
desconfiança das pessoas que pensam que não estou na universidade porque não
passei em concurso — observa Cabral, que já deu aula em universidade.
Apesar
de serem poucos os doutores no ensino fundamental, ele acredita que a
especialização faz bastante diferença em seu trabalho.
—
Quando voltei do doutorado, eu brincava: vocês não notaram como eu estou
diferente, como estou melhor? Sair do dia-a-dia e ir para os bancos escolares,
estudar e depois voltar para o espaço de onde saiu é ótimo. Ver que existe
outras possibilidade de fazer diferente. O dia-a-dia nos cega, impede até às
vezes que a gente leia e estude. Mas a saída te dá esse refresco — finaliza.
"Não
se muda o chão da escola estando longe dele", diz estudioso
Professores
com doutorado são fundamentais para qualquer nível e modalidade de ensino. É
esta a opinião do professor da Universidade do Estado de Santa Catarina e
presidente do conselho municipal de educação de Florianópolis, Lourival José
Martins Filho, que também integra o comitê de educação do DC. Para ele, não se
muda o chão da escola estando longe dele.
—
Que bom seria se da educação infantil, desde a creche, até a educação de jovens
e adultos contássemos com a presença de professores doutores pesquisadores com
a dignidade profissional e salarial reconhecida — ressalta.
O
salário baixo leva muitos professores escolherem o ensino superior, mas não é o
único motivo. Um outro seria a questão cultural, de associar o doutor às
universidades e aos institutos de pesquisa.
—
Existe um preconceito entre os próprios docentes. Alguns afirmam "fulano
tem mestrado ou doutorado e está trabalhando com crianças pequenas ou está
alfabetizando ou está na coordenação pedagógica". Seria maravilhoso se
doutores fossem reconhecidos em todas as etapas da educação.
Martins
acrescenta que a própria educação básica brasileira não está preparada para a
escola ser um laboratório de aprendizagem. Cada colégio deveria ter professores
efetivos com dedicação exclusiva para serem pesquisadores dos problemas
cotidianos.
Ele
argumenta que a solução dos conflitos da escola não está fora dela. São os
próprios docentes que podem construir novas alternativas.
Contra o Recurso 162/2012: em defesa da educação pública brasileira, por um PNE pra Valer!
Caro(a) Deputado(a) Federal, A sociedade brasileira exige a retirada de sua assinatura do Recurso 162/2012, que pretende reiniciar o debate sobre o novo PNE (Plano Nacional de Educação). Por mais de 18 meses, a Câmara dos Deputados debateu, por meio de Comissão Especial criada por interesse do Governo Federal, o PL 8035/2010, que estabelece o novo PNE. O texto foi aprovado por unanimidade graças a discussões, durante a tramitação, com todos os segmentos da educação, os Ministérios da Educação e da Fazenda, inclusive em reuniões entre parlamentares da Comissão Especial e os respectivos ministros. A educação brasileira não pode esperar. Qualquer atitude de apoio ao Recurso é contra a educação pública brasileira. PNE no Senado já!
Por que isto é importante
A sociedade brasileira debate a criação do novo PNE (Plano Nacional de Educação) há mais de 3 anos. Apenas no processo da Conae (Conferência Nacional de Educação), concluído em abril de 2010, mais de 4 milhões de cidadãos e cidadãs discutiram quais deveriam ser as diretrizes do novo plano educacional, que determina os rumos da educação pública.
Em dezembro de 2010, o Governo Federal enviou uma proposta limitada de novo PNE para o Congresso Nacional. Em 26 de junho de 2012, após 18 meses de estudos, debates, audiências públicas e seminários, o Projeto de Lei 8035/2010 (PNE) foi aprovado por unanimidade na Comissão Especial da Câmara dos Deputados.
O Governo Federal teve participação ativa no processo de tramitação do novo PNE, inclusive defendendo a criação da Comissão Especial. Mas agora quer evitar que o PNE siga para o Senado Federal. Para isso, apresentou o Recurso 162/ 2012, assinado pelo líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia e por outros 79 parlamentares. Eles questionam justamente o caráter terminativo da Comissão na análise do Projeto, especialmente porque foi aprovado o patamar de investimento equivalente a 10% do PIB para a educação pública.
Se os deputados não retirarem suas assinaturas, esse Recurso será votado em plenário e, se aprovado, o debate sobre o PNE será reiniciado, praticamente do zero. O problema é que não haverá previsão de data para que o novo PNE entre na pauta de votação.
Essa petição pede aos 80 parlamentares que retirem suas assinaturas do Recurso, para evitar prejuízos à educação pública. Educação exige seriedade e prioridade. O PNE deve ser enviado imediatamente ao Senado Federal para análise e votação. O Brasil precisa de recursos e planejamento na educação pública!
Seminário Internacional debate uso de Tecnologias na Educação
Representantes do setor educacional de nove países da América Latina estarão reunidos até a próxima sexta-feira, 15, em Brasília, durante oSeminário Latino-Americano de Disseminação de Conteúdos Digitais, que discutirá a presença e implantação das tecnologias digitais nas escolas do continente.
Participaram da abertura do evento, na tarde desta quarta-feira, 13, representantes dos Ministérios da Educação do Brasil, Colômbia, Equador, Uruguai, Peru, El Salvador, Guatemala e Paraguai, além de entidades voltadas para a formação de professores e difusão de políticas públicas educacionais, como a Fundação SM, da Espanha, e a Fundação Centro de Estudos de Políticas Públicas (CEPP) de Buenos Aires, respectivamente.
De acordo com a diretora de formulação de conteúdos educacionais do MEC, Mônica Franco, o evento deve resultar em um novo modelo de referências nos países envolvidos para o uso de tecnologias nas escolas. “As referências na América Latina costumam ser de países de outros continentes, e com a troca de experiências neste evento procuramos mudar isto”, disse. Em sua apresentação a gestora descreveu o cenário atual da educação brasileira.
Para Gustavo Iaies, Diretor do Centro de Estudos de Políticas Públicas, não se pode provocar uma ruptura no sistema de ensino existente ao incentivar o uso de novas tecnologias. “Quando pensamos em novos instrumentos, pensamos em melhorar a estrutura existente nas salas de aula. Não podemos desmontar a escola que temos hoje”, afirma. Ele também ressalta que se deve pensar na comunidade na preparação para o uso das tecnologias no ambiente escolar e que há muito por ser feito no entorno, além de preparar os professores, ao instituir uma política pública neste sentido.
Debate – O primeiro dia de reunião contou ainda com um debate a respeito do uso de conteúdos digitais na aprendizagem. Em sua explanação, a conferencista e consultora do CEPP, Elena García, lembrou que existem diversos pontos a serem levados em consideração quando se propõe o uso de conteúdos digitais nas escolas. ”Quando falamos em tecnologia da informação temos de pensar a qual geração nos referimos”, afirmou, ao descrever a evolução dos instrumentos tecnológicos na aprendizagem durante as últimas décadas.
No debate, em que foram apresentados exemplos de atividades que podem ser desenvolvidas online, também foi ressaltado que, além de incluir as novas tecnologias nas salas de aula, deve-se atentar para a sua correta utilização, para que sejam melhor aproveitadas. “Com isso quero mostrar que um conteúdo pode ou não ser educacional”, destacou.
Ao longo dos próximos dois dias os países participantes apresentarão suas políticas para implantar e disseminar o uso de tecnologias digitais no aprendizado dos alunos, além dos problemas e abordagens comuns em torno desta política no continente.
Foto: Para a diretora de conteúdos educacionais do MEC, Mônica Franco, as referências para a educação na América Latina devem ser do próprio continente.
Foto por Fabiana Carvalho.
Leia também:
“Para conferencista, tecnologia deve ser adaptada à Educação”no Portal do MEC (14/06/2012), clicandoaqui.