terça-feira, 7 de agosto de 2012

Os Miseráveis de Victor Hugo

A Liberdade guiando o povo - Quadro de Delacroix (1830) que provavelmente inspirou Victor Hugo

Les Misérables
Enquanto, por efeito de leis e costumes, houver proscrição social, forçando a existência, em plena civilização, de verdadeiros infernos, e desvirtuando, por humana fatalidade,um destino por natureza divino; enquanto os três problemas do século - a degradação do homem pelo proletariado, a prostituição da mulher pela fome, e a atrofia da criança pela ignorância - não forem resolvidos; enquanto houver lugares onde seja possível a asfixia social; em outras palavras, e de um ponto de vista mais amplo ainda, enquanto sobre a terra houver ignorância e miséria, livros como este não serão inúteis.

Hauteville-House, 1862.1 (Prefácio)
Os Miseráveis é uma das principais obras do escritor francês Victor Hugo, publicada em 3 de abril de 1862. A história se passa na França do século XIX entre duas grandes batalhas: a Batalha de Waterloo (1815) e os motins de junho de 1832. Daqui resulta, por cinco volumes, a vida de Jean Valjean, um condenado posto em liberdade, até sua morte. Em torno dele giram algumas pessoas que vão dar seus nomes para os diferentes volumes do romance, testemunhando a miséria deste século, a pobreza miserável de: Fantine, Cosette, Marius, mas também Thénardier (incluindo Éponine e Gavroche) e o inspetor Javert.

Fonte: Youtube usuário grandeslivros. Documentário de Discovery Civilization. Tempo: 47 min.



Para ajudar a compreender o contexto do momento em que a obra se situa, confiram uma série de vídeos do History Channel sobre a Revolução Francesa e, sobre Napoleão Bonaparte também disponibilizada no Youtube.

"Revolução Francesa" . History Channel (10 min cada vídeo e o completo com 1h30min): Parte 1 Parte 2 Parte 3 Parte 4 Parte 5 Parte 6 Parte 7 Parte 8 Parte 9

"Sob o Domínio de Napoleão" (52 min cada vídeo): Parte 1 Parte 2

"La Marseillaise" (Hino a França) . Letra e tradução





“A Liberdade Guiando o Povo”
(La Liberté Guidant le Peuple)
Eugéne Delacorix
1831
Óleo sobre tela
260x235 cm
Museu do Louvre . Paris . França

A Revolução Francesa de 1830 inspirou o célebre quadro de Eugéne Delacroix “A Liberdade Guiando o Povo”. Foi o último dos quadros do pintor a verdadeiramente incorporar os ideais românticos.

A insurreição popular de 27, 28 e 29 de julho de 1830, também conhecida como “Os Três Gloriosos”, provocada pelos republicanos liberais contra a violação da Constituição pelo governo da Segunda Restauração, derruba Carlos X, último rei Bourbon de França e coloca em seu lugar Luis Felipe, duque de Orléans.

Testemunha dos acontecimentos, Delacroix encontra ali um tema moderno que traduz em tintas com o mesmo fervor romântico que usou para descrever a guerra da independência grega.

Delacroix era amigo pessoal dos protagonistas do conflito, mas também era dependente das encomendas institucionais e dos membros da família real. Quadros como os seus eram quadros destinados a museus ou palácios. Essa ambigüidade poderia ter feito como que ele se limitasse a tomar conhecimento do que se passou.

Em 18 de outubro de 1830, Delacroix em carta a seu irmão, disse: “Se não pude lutar pela Pátria, ao menos pinto por ela...”. Mas se não combateu, ao menos lutou para proteger as coleções do Louvre dos ataques dos insurgentes.

Cinco são os personagens mais fortes nessa tela: o primeiro está no chão, e olha os mortos; o segundo, espada na mão, parece aguardar instruções da mulher; o terceiro, com um chapéu alto, barba, segurando um fuzil entre as mãos, também olha os mortos. Há quem diga que é o próprio pintor. O quinto é um rapazinho que tem o braço direito erguido e mostra uma pistola em cada mão. E a principal, ponto para onde convergem todos os olhares, é a Liberdade representada por uma mulher com o peito à mostra, descalça, um fuzil na mão esquerda e na direita o pavilhão tricolor.

Finalmente, num terceiro plano, as duas torres de Notre Dame. Como nas palavras de Victor Hugo, as torres de Notre Dame são símbolos da Liberdade e do Romantismo.

A luz do sol poente se mistura com a fumaça dos canhões, ilumina os corpos caídos, explode em brilho no fundo da tela à direita e serve de aura à Liberdade, ao rapazinho e ao estandarte tricolor.

A verdadeira proeza do pintor é com a cor que unifica o quadro: os azuis, os brancos e os vermelhos têm contrapontos; o branco das bandoleiras paralelas responde ao das perneiras e ao da camisa do cadáver à esquerda, enquanto que a tonalidade cinza exalta o dourado da liberdade e o vermelho da bandeira.

Acervo Museu do Louvre, Paris


Encyclopedia Britannica


La Liberté Guidant le Peuple
(A Liberdade Guiando o Povo)

A Liberdade Guiando o Povo é uma pintura em comemoração à Revolução de Julho de 1830, com a queda de Carlos X. Uma mulher representando a Liberdade guia o povo por cima dos corpos dos derrotados, levando a bandeira tricolor da Revolução francesa numa mão e  um mosquete com baioneta na outra. Fonte: Wikipedia

Delacroix inspirava muitos dos seus trabalhos em obras de outros artistas.

O  quadro tem uma forma triangular, no topo tem a mulher (simboliza uma deusa) e a bandeira Francesa, e que vai descendo até ao revolucionários que ergueram as primeiras barricadas na historia de Paris.

a revolução nua e crua, a realidade, os revolucionários estão o sujos pelo fumo negro da pólvora cuspido pelos mosquetes, a sua cara mostra espanto e terror do que estão a testemunhar. 

Entre eles o jovem de negro de chapéu ligeiramente inclinado um boêmio que abandona os prazeres da vida para trilhar as ruas de mosquete nas mãos contra o estado opressor, um miúdo de pistolas na mão espalha a anarquia, um homem que apenas se vê o rosto com um chapéu do exercito pilha os corpos que jazem nus no chão, um homem de branco ergue a espada sem medo do confronto.

Este quadro foi polêmico na altura não apenas pelo peito nu da Liberdade, mas pelos soldados mortos e despidos e pelos revolucionários que são representados como a ralé da cidade pessoas comuns que expressam medo nos rostos.



 O Pintor

Ferdinand Victor Eugène Delacroix é considerado o mais importante representante do romantismo francês. Delacroix nasceu numa família da alta burguesia, e seu pai chegou a ser ministro da república.

Frequentou os melhores colégios de Paris, teve aulas de música no Conservatório e de pintura na Escola de Belas-Artes. Visitava quase todos os dias o Louvre, para estudar as obras de Rafael e Rubens.

Delacroix também se interessou por temas políticos da sua época. Sentindo-se culpado por participado nos acontecimentos do país, pintou "A Liberdade Guiando o Povo" (1830), um quadro banido na época mas que mais tarde o estado adquiriu e que foi exibido poucas vezes O certo é que a bandeira francesa tremulando nas mãos de uma liberdade destemida, prestes a saltar da tela, impressionou um grande numero de admiradores de arte e nao só.

Delacroix foi contratado para decorar o palácio do rei em Paris, o Palácio de Luxemburgo e a biblioteca de Saint-Sulpice. Nos seus últimos anos preferiu a solidão de seu atelier.

Fonte: Wikipedia

Leia mais sobre a obra de arte em Wikipedia, clicando aqui.

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