Abertura da 11a. SEPEX pelas Professoras Roselane e Lúcia, reitoras da UFSC, 21/11/12 . Manhã
A
SEPEX VIVA!
Em
2012 o tema da SEPEX é: Sustentabilidade, Economia Verde e Erradicação da
Pobreza.
O
evento tem aproximadamente 200 estandes com projetos nas áreas de comunicação,
cultura, educação, tecnologia, ambiente, trabalho, direitos humanos e saúde.
O público que visita o pavilhão da SEPEX soma mais de 50 mil pessoas.
Durante a semana, também realizados minicursos abertos à comunidade, palestras
e eventos paralelos, como o Seminário de Iniciação Científica.
Na
sua 11ª edição, é o maior evento de divulgação científica de Santa Catarina.
Todas as atividades são gratuitas, interativas e abertas à comunidade.
Mais informações e a programação completa na página do evento, clicando aqui. Todos os alunos e alunos da Escola Beatriz, juntamente com os professores regentes visitarão a Semana nesses dias do evento, inclusive os estandes dos vários projetos da universidade que são desenvolvidos na Escola, como o PIBID UFSC Pedagogia.
Veja mais fotos na página de Facebook da Escola Beatriz, clicando aqui.
Abertura da 11a. SEPEX pelas Professoras Roselane e Lúcia, reitoras da UFSC, 21/11/12 . Manhã na "Geodésica" Oca com lideranças indígenas
Prof. Pedro Cabral Filho e alunos/as, 21/11/12 . Manhã
7ª. Mostra Cinema e
Direitos Humanos na América do Sul
Florianópolis
Exibição de obras
contemporâneas realizadas em países da América do Sul, com conteúdos
relacionados aos Direitos Humanos. De 03 a 08 de Dezembro, no auditório do
CESUSC. Rodovia SC 401 / Km 10 - Trevo Santo Antônio de Lisboa, com entrada
franca.
Sob
a produção local de Luiza Lins, a 7ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na
América do Sul traz cinema, debates e bate-papos e coloca-se como uma grande
possibilidade de trocas de conhecimento e aumento da percepção que se tem dos
múltiplos cotidianos da nossa querida América do Sul, alimentando o aumento das
possibilidades de atuação para a construção de novas realidades para seu povo.
A
Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul é uma iniciativa da
Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, com produção da
Cinemateca Brasileira, vinculada ao Ministério da Cultura, e patrocínio da
Petrobras. É realizada em todas as capitais dos 26 estados brasileiros e do
Distrito Federal.
Sendo a maior Mostra de cinema do gênero, no mundo, o evento é voltado a obras
realizadas em países da América do Sul, cujo conteúdo contemple aspectos
relacionados aos Direitos Humanos, tais como: Direitos das pessoas com
deficiência; população LGBT/enfrentamento da homofobia; memória e verdade;
crianças e adolescentes; pessoas idosas; população negra; população em situação
de rua; mulheres; direitos humanos e segurança pública; proteção aos defensores
de Direitos Humanos; combate à tortura; democracia e Direitos Humanos; e
situação prisional.
Mais de seis décadas depois da Declaração Universal dos Direitos Humanos, nosso
cotidiano ainda é, infelizmente, permeado pela luta de grupos e pessoas por
condições dignas de vida, pela própria garantia de direito à vida, por justiça
e contra humilhações. A Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul leva
para a tela a realidade contemporânea e promove o debate de todas estas
questões importantes e emergentes.
Neste ano de 2012ª Mostra entra em sua 7ª edição e Florianópolis recebe a
segunda edição do evento.
Por que me perguntam tanto,
o que eu vou ser quando crescer?
O que eles pensam de mim
é o que eu queria saber!
Gente grande é engraçada!
O que eles querem dizer?
Pensam que eu não sou nada?
Só vou ser quando crescer?
Que não me venham com essa,
pra não perder o latim.
Eu sou um monte de coisas
e tenho orgulho de mim!
Essa pergunta de adulto
é a mais chata que há!
Por que só quando crescer?
Não vou esperar até lá?
Eu vou ser quem eu já sou
neste momento presente!
Vou continuar sendo eu!
Vou continuar sendo gente!
BANDEIRA, Pedro. Mais respeito, eu sou
criança! Ilustrações de Odilon Moraes - 2 ed. 2009. Página 20.
Excesso de medicação na
infância preocupa especialistas
Por Redação, com RBA -
de São Paulo
11/11/2012
A medicalização
da educação e da sociedade é um processo que tem transformado em distúrbios
passíveis de tratamento com terapias e medicamentos questões como emoções,
sentimentos e comportamentos não aceitos socialmente.
O que
preocupa é ainda não haver estudos suficientes sobre os problemas
causados pelo uso prolongado da droga. E também: a falta de diálogo entre
crianças, adolescentes, seus familiares e educadores esteja sendo substituído
justamente por medicamentos como esse.
O psicólogo
Ricardo Taveiros Brasil, do coletivo interinstitucional Queixa Escolar diz
queum exemplo muito comum do fenômeno é a dificuldade de pais e
professores, hoje em dia, para educar as crianças. Em vez de irem à
raiz dos problemas e suas explicações, passam a dizer que elas são
portadoras de distúrbios de comportamento, de atenção, de aprendizado, de
leitura e escrita “como se houvesse na realidade um distúrbio específico,
neurológico, que comprometesse somente o aprendizado”, apontou. “No entanto, é
preciso deixar bem claro que não estamos falando que isso acontece na Medicina
como um todo e nem que somos contrários a toda forma de prescrição de
medicamentos”, salientou. Os questionamentos contra a medicalização
surgiram nos anos 1970 e 1980, com pesquisadores de diversas áreas, como
filosofia, sociologia e até da própria medicina.
Outro exemplo é a
confusão entre tristeza, luto e depressão – alardeada por setores da
saúde mental e pela mídia como o ‘mal do século’. Conforme Ricardo, estão dando
prazo para o sofrimento. Assim, o processo de luto de uma pessoa que perdeu um
ente querido ou algo de muita importância é normal se durar 14 dias. A partir
daí, se não melhorar, é depressão e é preciso entrar com medicação. ”Isso
nos assusta. Do ponto de vista da Psicologia, o processo de luto é
singular. Como estabelecer prazos para a elaboração do luto, questionou. Ele
menciona o livro O
tempo e o cão – a atualidade das depressões, da psicanalista Maria Rita
Kehl, na categoria Educação, Psicologia e Psicanálise, no qual a autora
pensa a depressão como sintoma social, de uma sociedade que exige felicidade,
alegria em tempo integral, artificial, com as pessoas divulgando em redes
sociais uma vida feliz o tempo inteiro.
Diz ainda que por trás
do movimento da medicalização estão forças da sociedade e sobretudo um
movimento da indústria farmacêutica voltado para isso. Fato, conforme Ricardo,
mostrado no filme O Jardineiro Fiel,
dirigido por Fernando Meirelles, que denuncia manobras da indústria de
medicamentos para aprovar pesquisas e lança-los no mercado conforme seus
próprios interesses comerciais. “Só que com o avanço das pesquisas em todas as
áreas, a medicalização mostra-se cada vez mais polêmica e questionada inclusive
no próprio campo da medicina”e.
O profissional, que
atende crianças e adolescentes com dificuldades específicas na escola, adverte
pais e educadores para que, antes de rotular quaisquer dificuldades de
aprendizagem com este ou aquele distúrbio, devem avaliar e refletir o contexto
como um todo. “O que está acontecendo dentro da escola e no sistema educacional
que está dificultando que a criança aprenda aquilo que tem que aprender?”, questionou. Para
ele, é preciso impor limites às crianças, ensinar, por ex., que não se
pode fazer tudo o que se quer fazer. “A criança precisa de limites.
Afinal, que mundo é esse em que não sobra tempo para os pais estarem por
mais tempo com os seus filhos? Que escola é essa que tem mais de 40 alunos por
sala de aula, impedindo o professor de acompanhar o aluno mais de perto, de ter
um contato mais próximo?”
Esse contexto
desfavorável à educação e ao desenvolvimento psicológico de uma criança é, na
análise de Ricardo, favorável aos processos de medicalização. “A partir do
momento em que a criança toma um comprimidinho, fica parada, contida
quimicamente, e não atrapalha mais. Só que esse ‘efeito terapêutico’ é sinal da
toxicidade do remédio. O melhor é que pais e professores reflitam mais
sobre o que pode estar acontecendo, dialoguem e investiguem esse contexto, que
é complexo, antes de encaminhar a criança para um profissional. Isso pode
parecer mais complicado do que dar um remédio – aliás, tomar remédio é mais
fácil; toma-se remédio para tudo. Em vez de fazer exercício e melhorar a
alimentação, as pessoas tomam remédio para emagrecer”.
Para ele, do ponto de
vista psicológico, essas drogas exercem efeitos complexos e preocupantes,
como ‘calar o sujeito’ – quando a criança que está ‘incomodando
demais’ está, na verdade, querendo chamar a atenção, comunicar algo, como
medos, preocupações, desejos. “Nós precisamos primeiro ouvi-las, dar atenção e
não calar a angústia, o sofrimento com um comprimidinho”.
Do ponto de vista
orgânico, segundo ele, há relatos de que o uso contínuo desses medicamentos
tornam as crianças menos sensíveis para uma série de coisas. Exemplo é um
bombom de chocolate, que não vai ter o mesmo efeito de prazer. “Então, se
a gente pensar em um adolescente que fuma maconha e usa esses medicamentos, sua
propensão a outras drogas é muito maior porque ele vai buscar outras formas de
obter satisfação, prazer”, explicou.
Para Ricardo, a questão
é grave, colocando em risco a saúde das crianças e transferindo para elas a
responsabilidade de um sistema de educação cheio de problemas. “O Estatuto da Criança
e do Adolescente assegura que a criança tem direito à vida, à educação e
saúde de qualidade. E esse direito pressupõe o direito de não tomar uma droga
que pode levar a consequências graves. É por isso que temos que lutar.”
***
Recebido via e-mail de Andrea Cunha Arantes
(Psicóloga e Professora) Vídeo da TV Brasil
O sistema de matrícula via INTERNET (www.pmf.sc.gov.br) será aberto no dia 05 de dezembro a partir das 8h da manhã.
Os pais/responsáveis dos alunos, no momento da matrícula on-line, estarão reservando a vaga, sendo que sua confirmação se dará após a entrega da documentação (certidão de nascimento da criança e o atestado de frequência) até o dia 20 de dezembro.
No momento da entrega da documentação a Escola entregará a lista de material e fará a sondagem do turno desejado e orientará quanto ao benefício do transporte escolar gratuito.
Obs.: Do dia 18/12/2012 a 04/02/2013, o sistema de matrícula on-line permanecerá aberto para matrículas novas, porém o recebimento da documentação (certidão de nascimento e atestado de frequência – com indicação do ano/série que irá frequentar em 2013) ocorrerá a partir do dia 05 de fevereiro, pois a Escola estará em férias coletivas. Somente a partir da entrega da documentação ocorrerá a efetivação da matrícula.
Documentos para matrícula (alunos novos 2013)
. atestado de frequência da escola anterior (exceto para o 1o. ano);
. histórico escolar;
. comprovante de residência;
. certidão de nascimento.
A matrícula para o 1º ano será para crianças que tenham, no mínimo, 6 (seis) anos completos até 31/03/2013.
12 a 28/11: rematrícula on-line (o sistema abrirá no dia 12/11 indicado no site da PMF)
12 a 28/11: confirmação da rematrícula na Escola
A Escola registrará na agenda escolar o número de matrícula de seu filho. Com esse número vocês deverão atualizar os dados de seu filho na ficha de matrícula, via INTERNET (www.pmf.sc.gov.br).
Os alunos que utilizam o benefício do transporte escolar gratuito deverão fazer o recadastramento e trazer a documentação comprobatória à Escola (comprovante de residência do educando e de renda familiar) até o dia 28/11.
No período de 12 a 28/11, das 7h45 às 11h45 e das 13h30 às 17h30, solicitamos a presença dos senhores para completar a rematrícula, trazendo também os seguintes documentos abaixo quando for o caso:
. entrega da ficha da matrícula (on-line) assinada;
. opção do turno para 2013 (manhã ou tarde);
. lista de material escolar;
. autorização para prática de educação física;
. uniforme;
. opção para educação religiosa;
. contribuição para A.P.P.
. transporte escolar (trazer comprovante de residência e de renda de todas as pessoas da casa que trabalham)
Professores com doutorado são minoria em
sala de aula no ensino fundamental
SC tem 42 professores doutores nessa etapa de aprendizado, o que representa
0,1% do total
Por Júlia Antônio Lourenço
Diário Catarinense
06/11/12
Pedro Cabral Junior tem 51 anos e metade deste tempo passou em sala de aula.
Depois de 25 anos estudando, é dono do título de doutor. Todo o conhecimento
adquirido repassa para seus alunos da educação básica. Como ele, há outros 41
professores doutores em Santa Catarina no ensino fundamental — o que representa
0,1% dos 41.787 profissionais.
No
Brasil, o percentual é ainda menor: 0,08% de 1.389.706 professores de ensino
fundamental tem doutorado. Os dados são do Ministério da Educação, referentes a
2011. O Estado com mais doutores é o Rio de Janeiro, com índice de 0,3%.
Baixos
salários e até mesmo um entendimento de que lugar de doutor é na universidade
levam educadores a deixarem as escolas básicas. Cabral Júnior pensa diferente.
A caminho de um pós-doutorado, o professor de artes, de 5º a 9º ano, do colégio
municipal Beatriz de Souza Brito, em Florianópolis, nunca cogitou sair da
escola.
—
Aqui é onde eu consigo atingir as coisas que eu acredito com mais intensidade.
A revolução que a gente tanto prega é feita no teu espaço de trabalho e na
base. É onde eu escolhi estar e ser feliz. Sou professor por opção, e eu gosto
de estar aqui. Me divirto em sala de aula — afirma.
Cabral
acredita que a escola é onde começa a construção do conhecimento, das ideias e
dos valores. Além de estar no lugar que escolheu, ele também diz que o salário
está dentro do que considera justo para um professor com doutorado, levando em
conta seus 28 anos de serviços na rede municipal.
Para
professor, estudar e voltar pra escola é ótimo
Cabral
acredita que há poucos doutores no ensino fundamental por uma ideia de que ter
doutorado e dar aula para crianças é muito pouco. Quando fala que tem doutorado,
as pessoas perguntam em qual universidade ele trabalha.
—
O status te impõe e obriga que seja professor universitário e até existe uma
desconfiança das pessoas que pensam que não estou na universidade porque não
passei em concurso — observa Cabral, que já deu aula em universidade.
Apesar
de serem poucos os doutores no ensino fundamental, ele acredita que a
especialização faz bastante diferença em seu trabalho.
—
Quando voltei do doutorado, eu brincava: vocês não notaram como eu estou
diferente, como estou melhor? Sair do dia-a-dia e ir para os bancos escolares,
estudar e depois voltar para o espaço de onde saiu é ótimo. Ver que existe
outras possibilidade de fazer diferente. O dia-a-dia nos cega, impede até às
vezes que a gente leia e estude. Mas a saída te dá esse refresco — finaliza.
"Não
se muda o chão da escola estando longe dele", diz estudioso
Professores
com doutorado são fundamentais para qualquer nível e modalidade de ensino. É
esta a opinião do professor da Universidade do Estado de Santa Catarina e
presidente do conselho municipal de educação de Florianópolis, Lourival José
Martins Filho, que também integra o comitê de educação do DC. Para ele, não se
muda o chão da escola estando longe dele.
—
Que bom seria se da educação infantil, desde a creche, até a educação de jovens
e adultos contássemos com a presença de professores doutores pesquisadores com
a dignidade profissional e salarial reconhecida — ressalta.
O
salário baixo leva muitos professores escolherem o ensino superior, mas não é o
único motivo. Um outro seria a questão cultural, de associar o doutor às
universidades e aos institutos de pesquisa.
—
Existe um preconceito entre os próprios docentes. Alguns afirmam "fulano
tem mestrado ou doutorado e está trabalhando com crianças pequenas ou está
alfabetizando ou está na coordenação pedagógica". Seria maravilhoso se
doutores fossem reconhecidos em todas as etapas da educação.
Martins
acrescenta que a própria educação básica brasileira não está preparada para a
escola ser um laboratório de aprendizagem. Cada colégio deveria ter professores
efetivos com dedicação exclusiva para serem pesquisadores dos problemas
cotidianos.
Ele
argumenta que a solução dos conflitos da escola não está fora dela. São os
próprios docentes que podem construir novas alternativas.
Talvez sonhasse,
quando a vi. Mas via
Que, aos raios do luar iluminada,
Entre as estrelas trêmulas subia
Uma infinita e cintilante escada.
XII
Sonhei que me
esperavas. E, sonhando,
Saí, ansioso por te ver: corria...
E tudo, ao ver-me tão depressa andando,
Soube logo o lugar para onde eu ia.
E tudo me falou, tudo! Escutando
Meus passos, através da ramaria,
Dos despertados pássaros o bando:
"Vai mais depressa! Parabéns!" dizia.
Disse o luar: "Espera! que eu te sigo:
Quero também beijar as faces dela!"
E disse o aroma: "Vai, que eu vou contigo!"
E cheguei. E, ao chegar, disse uma estrela:
"Como és feliz! como és feliz, amigo,
Que de tão perto vais ouvi-la e vê-la!"
XIII Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda a noite, enquanto
A Via Láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"
E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e entender estrelas”.
***
BILAC,
Olavo. Antologia : Poesias. São Paulo: Martin Claret, 2002. p. 37-55.
Poeta graças ao
sentido amplo do termo, o sentido que de livre despe-se de sentido. Já no
outro, o sentido restrito, aquele que filtra versos e transforma os fonemas
mais finos em livros, esse o faz sentir-se restrito demais. Poema E Pé
O curta
metragem de ficção realizado pela Parabolé está em circuito de festivais e
mostras de cinema!
Sinopse
No Congresso
Nacional, um projeto de lei pretende de acabar com o recreio escolar. Ao mesmo
tempo, em uma escola municipal de Curitiba, um grupo de crianças pode
mudar toda essa história. Recheado de vibrantes brincadeiras infantis, O
Fim do Recreio é um curta-metragem para todos os públicos, que bota a boca
no trombone e avisa: cobra parada não engole sapo!
Prêmios
. Foi o
grande vencedor da 11ª Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis, escolhido
pelo Júri Oficial e pelo voto do público infantil - recebeu um Prêmio Aquisição
da TV Brasil
. Escolha do
Juri Popular na 14ª Mostra de Cinema de Londrina - recebeu um Prêmio Aquisição
da RPC TV
A lenda é assim! Basta que exista
um bambuzal e, de repente, de dentro dos caniços, nascem os sacis. É como eles
vêm ao mundo, dispostos a fazer estripulias. Conta a história que esses seres
já existiam bem antes do tempo que os portugueses invadiram nossas terras.
Ele nasceu índio, moleque das
matas, guardião da floresta, a voejar pelos espaços infinitos do mundo
Tupi-Guarani. Depois, vieram os brancos, a ocupação, e a memória do ser
encantado foi se apagando na medida em que os próprios povos originários foram
sendo dizimados.
Quando milhares de negros, caçados na
África e trazidos à força como escravos, chegaram no já colonizado Brasil,
houve uma redescoberta. Da memória dos índios, os negros escravos recuperaram o
moleque libertário, conhecedor dos caminhos, brincalhão e irreverente. Aquele
mito originário era como um sopro de alegria na vida sofrida de quem se
arrastava com o peso das correntes da escravidão.
Então, o moleque índio ficou preto, perdeu uma
perna e ganhou um barrete vermelho, símbolo máximo da liberdade. Ele era tudo o
que o escravo queria ser: livre! Desde então, essa figura adorável faz parte do
imaginário das gentes nascidas no Brasil.
O Saci-Pererê é a própria rebeldia, a alegria, a
liberdade. Com o processo de colonização cultural via Estados Unidos – uma nova
escravidão - foi entrando devagar, na vida das crianças brasileiras, um outro
mito, alienígena, forasteiro. O mito do Haloween, a hora da bruxa e da abóbora,
lanterna de Jack, o homem que fez acordo com o diabo.
Queremos vida digna, um país soberano na política,
na economia, na arte e na cultura. Cada região deste Brasil tem seus próprios
mitos. Caipora, Boitatá, Curupira, Bruxa, Negrinho do Pastoreio... São os
amigos do Saci que estão presentes na atividade do Dia do Saci Pererê, saudando
e buscando a liberdade.
Elaine Tavares
Em
Florianópolis a celebração do Dia Nacional do Saci-Pererê se deu no dia 31 de
outubro, quarta-feira, das 16h30 às 18h30, na Esquina Democrática, em frente à
igreja São Francisco. Promoção é do Sindicato dos Trabalhadores no Poder
Judiciário Federal do Estado de Santa Catarina (Sintrajusc), com apoio do
Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal de Santa Catarina
(Sintufsc) e da Revista Pobres & Nojentas.
*** O SACI (1951)
O Saci
Direção de Rodolfo Nanni (Brasil, 1951)
O Saci e o fantástico para
crianças
O
Saci foi um marco para o cinema brasileiro por várias razões: foi o
primeiro longa-metragem infantil realizado no país, o primeiro inspirado na
obra de Monteiro Lobato e também um dos primeiros a reunir um grupo de artistas
e intelectuais que teria papel definitivo na constituição de um projeto de
cinema nacional, como o cineasta Nelson Pereira dos Santos, que foi assistente
de direção do filme, e o pesquisador Alex Viany, gerente de produção. A equipe,
chefiada pelo artista plástico Rodolfo Nanni, que até então tinha experiência
no cinema apenas como continuísta (do inacabado AGLAIA, de Ruy Santos),
contava também com outros profissionais importantes, como o fotógrafo Ruy
Santos, o compositor Cláudio Santoro e o montador José Cañizares, além do
elenco composto pelas crianças (Paulo Matozinho, como Saci; Livio Nanni, como
Pedrinho; Aristela Paula Souza, como Narizinho) e outros atores convidados,
como Maria Rosa Ribeiro (Dona Benta), Otávio Araújo (Tio Barnabé) e Benedita
Rodrigues (Tia Nastácia).
Concebido
como um projeto quase familiar e filmado nos estúdios alugados da
Cinematográfica Maristela, em São Paulo, entre 1951 e 1953, o longa foi
produzido num sistema independente, mas obteve, depois, significativo sucesso
comercial. Inspirado no Saci-Pererê (1), figura folclórica conhecida no Brasil
desde o século XVII, e cuja origem está na junção de uma figura da mitologia
indígena com elementos das culturas africana e européia, o filme trazia a
entidade brincalhona a partir da visão do escritor Monteiro Lobato, que a
transformou em personagem recorrente da coleção Sítio do Pica-pau Amarelo,
publicada entre 1921 e 1947 – e iniciada justamente com o livro O Saci.
O
longa de Rodolfo Nanni contava uma das aventuras das crianças Pedrinho e
Narizinho no Sítio do Pica-Pau Amarelo, quando o menino aprende a caçar sacis e
acaba ficando amigo de um deles, que o leva para assistir à “sacizada” (reunião
em que dezenas de sacis que se encontram magicamente durante a noite) no meio
da floresta. Então, Pedrinho e seu novo amigo descobrem que Narizinho fora
petrificada pela maldosa bruxa Cuca, e precisam resgatá-la em uma caverna
assombrada, para desespero da vovó Dona Benta e da fiel cozinheira Tia
Nastácia.
Como
se pode depreender da trama, o filme era dedicado ao público infantil, mas
também fazia parte de uma proposta mais abrangente de seus realizadores, no
sentido de abordar a cultura e a identidade brasileiras no cinema, apresentando
soluções estéticas diferentes daquelas que as grandes produtoras cariocas e
paulistas (como a Atlântida, a Vera Cruz e a própria Maristela) haviam
escolhido. Nesse sentido, o longa chama a atenção por apresentar-se como uma
experiência lúdica, que abordou, de maneira quase teatral na direção de arte, e
quase documental na direção de fotografia, personagens típicos da literatura e
do folclore brasileiros, num recorte que pouco tinha a ver com um cinema “de
gênero” internacional pretensamente emulado nos estúdios da época, e estava
muito mais ligado à literatura e às representações populares do fantástico na
cultura brasileira.
A
obra acabou fazendo uma boa carreira comercial, beneficiando-se da popularidade
dos textos de Monteiro Lobato e das leis de proteção ao cinema brasileiro, que
garantiram a circulação da fita, sobretudo nas cidades do interior do país. O
Saci também ganhou alguns prêmios importantes, como o Prêmio Saci de 1954
(concedido pelo jornal O Estado de S. Paulo) e o Prêmio Governador do
Estado de São Paulo, no mesmo ano. O filme também teve sua memória
relativamente bem preservada, sendo exibido eventualmente na televisão (nas
emissoras educativas), e ganhando recentemente uma pouco divulgada edição em
DVD, que traz, nos extras, um detalhado documentário sobre a realização do
filme.
Ficha técnica
Diretor: Rodolfo
Nanni
Elenco: Paulo
Matozinho, Lívio Nanni, Otávio Araújo, Olga Maria, Maria Rosa Ribeiro, Aristéia
Paula de Souza.
Alexandre Mury trabalha auto-retratos, a partir de releituras de ícones, da pintura, escultura, cinema, literatura e outras referências da cultura universal usando a fotografia como suporte. O artista fotografa desde os 16 anos e realizou sua primeira exposição coletiva importante em 2010 no MAM-RIO (Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro), fazendo parte da coleção de Gilberto Chateaubriand.
Nascido no estado do Rio de Janeiro, no dia 13 de janeiro de 1976 é um artista por vocação, desde criança desenhou e pintou. A fotografia como expressão vem legitimá-lo como artista a partir do momento em que começa a ter suas primeiras obras na coleção de renomados colecionadores brasileiros de arte como Joaquim Paiva. Através da livre interpretação recontextualizada, lúdica e intrigante faz ressignificar célebres criações eternizadas e convida para repensar os clássicos. O caráter performático, a auto-direção, a escolha e produção de figurinos e cenários esquadrinham o estilo, inventividade e habilidades de um multiartista. A auto-imagem e o discurso do “eu” orientam a unicidade no conjunto de uma obra bastante eclética. O improviso e a visão alegórica remetendo as coisas do Brasil com uma estética vernacular e peculiar no trabalho do artista que explora o contexto contemporâneo mundial de reciclagens e releituras.
Conheça mais sobre o artista clicando aqui. Foto: Alexandre Mury "como" Dr. Gachet, pintado por Van Gogh (1890) atualmente exposto no Museu D'Orsay (Paris/França)