quarta-feira, 21 de novembro de 2012

A Escola Beatriz visita a 11a. SEPEX UFSC

Abertura da 11a. SEPEX pelas Professoras Roselane e Lúcia,
reitoras da UFSC, 21/11/12 . Manhã

A SEPEX VIVA!

Em 2012 o tema da SEPEX é: Sustentabilidade, Economia Verde e Erradicação da Pobreza.

O evento tem aproximadamente 200 estandes com projetos nas áreas de comunicação, cultura, educação, tecnologia, ambiente, trabalho, direitos humanos e saúde. O público que visita o pavilhão da SEPEX soma mais de 50 mil pessoas. Durante a semana, também realizados minicursos abertos à comunidade, palestras e eventos paralelos, como o Seminário de Iniciação Científica.

Na sua 11ª edição, é o maior evento de divulgação científica de Santa Catarina.  Todas as atividades são gratuitas, interativas e abertas à comunidade. Mais informações e a programação completa na página do evento, clicando aqui.contrato de hospedagem de site

Todos os alunos e alunos da Escola Beatriz, juntamente com os professores regentes visitarão a Semana nesses dias do evento, inclusive os estandes dos vários projetos da universidade que são desenvolvidos na Escola, como o PIBID UFSC Pedagogia.

Veja mais fotos na página de Facebook da Escola Beatriz, clicando aqui.contrato de hospedagem de site


Abertura da 11a. SEPEX pelas Professoras Roselane e Lúcia,
reitoras da UFSC, 21/11/12 . Manhã
na "Geodésica" Oca com lideranças indígenas

Prof. Pedro Cabral Filho e alunos/as, 21/11/12 . Manhã

Estande do PIBID UFSC Pedagogia, 21/11/12 . Tarde

Fotos: Leo Nogueira

domingo, 18 de novembro de 2012

7ª. Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul em Florianópolis



7ª. Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul
Florianópolis

Exibição de obras contemporâneas realizadas em países da América do Sul, com conteúdos relacionados aos Direitos Humanos. De 03 a 08 de Dezembro, no auditório do CESUSC. Rodovia SC 401 / Km 10 - Trevo Santo Antônio de Lisboa, com entrada franca.

Sob a produção local de Luiza Lins, a 7ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul traz cinema, debates e bate-papos e coloca-se como uma grande possibilidade de trocas de conhecimento e aumento da percepção que se tem dos múltiplos cotidianos da nossa querida América do Sul, alimentando o aumento das possibilidades de atuação para a construção de novas realidades para seu povo.

A Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul é uma iniciativa da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, com produção da Cinemateca Brasileira, vinculada ao Ministério da Cultura, e patrocínio da Petrobras. É realizada em todas as capitais dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal. 

Sendo a maior Mostra de cinema do gênero, no mundo, o evento é voltado a obras realizadas em países da América do Sul, cujo conteúdo contemple aspectos relacionados aos Direitos Humanos, tais como: Direitos das pessoas com deficiência; população LGBT/enfrentamento da homofobia; memória e verdade; crianças e adolescentes; pessoas idosas; população negra; população em situação de rua; mulheres; direitos humanos e segurança pública; proteção aos defensores de Direitos Humanos; combate à tortura; democracia e Direitos Humanos; e situação prisional.

Mais de seis décadas depois da Declaração Universal dos Direitos Humanos, nosso cotidiano ainda é, infelizmente, permeado pela luta de grupos e pessoas por condições dignas de vida, pela própria garantia de direito à vida, por justiça e contra humilhações. A Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul leva para a tela a realidade contemporânea e promove o debate de todas estas questões importantes e emergentes.

Neste ano de 2012ª Mostra entra em sua 7ª edição e Florianópolis recebe a segunda edição do evento.


Pegue o folder com a programação do evento na Sala Informatizada da Escola Beatriz

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Pedro Bandeira: O que eu vou ser quando crescer?


O que eu vou ser quando crescer?

Pedro Bandeira

Por que me perguntam tanto,
o que eu vou ser quando crescer?
O que eles pensam de mim
é o que eu queria saber!

Gente grande é engraçada!
O que eles querem dizer?
Pensam que eu não sou nada?
Só vou ser quando crescer?

Que não me venham com essa,
pra não perder o latim.
Eu sou um monte de coisas
e tenho orgulho de mim!

Essa pergunta de adulto
é a mais chata que há!
Por que só quando crescer?
Não vou esperar até lá?

Eu vou ser quem eu já sou
neste momento presente!
Vou continuar sendo eu!
Vou continuar sendo gente!

BANDEIRA, Pedro. Mais respeito, eu sou criança! Ilustrações de Odilon Moraes - 2 ed. 2009. Página 20.

Recebido via e-mail Grupo Estágio Pedagogia UFSC
12 nov 2012

Excesso de medicação na infância preocupa especialistas


Debate para pais e professores

Excesso de medicação na infância preocupa especialistas

Por Redação, com RBA - de São Paulo
11/11/2012

A medicalização da educação e da sociedade é um processo que tem transformado em distúrbios passíveis de tratamento com terapias e medicamentos questões como emoções, sentimentos e comportamentos não aceitos socialmente. 

Distúrbios como o transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH): cresceu a prescrição de medicamentos como o metilfenidato, cujo nome comercial é Ritalina, muito usado nesses casos.

O que preocupa é ainda não haver estudos suficientes sobre os problemas causados pelo uso prolongado da droga. E também: a falta de diálogo entre crianças, adolescentes, seus familiares e educadores esteja sendo substituído justamente por medicamentos como esse.

O  psicólogo Ricardo Taveiros Brasil, do coletivo interinstitucional Queixa Escolar diz queum exemplo muito comum do fenômeno é a dificuldade de pais e professores, hoje em dia, para educar as crianças. Em vez de irem à raiz dos problemas e suas explicações, passam a dizer que elas são portadoras de distúrbios de comportamento, de atenção, de aprendizado, de leitura e escrita “como se houvesse na realidade um distúrbio específico, neurológico, que comprometesse somente o aprendizado”, apontou. “No entanto, é preciso deixar bem claro que não estamos falando que isso acontece na Medicina como um todo e nem que somos contrários a toda forma de prescrição de medicamentos”, salientou. Os questionamentos contra a medicalização surgiram nos anos 1970 e 1980, com pesquisadores de diversas áreas, como filosofia, sociologia e até da própria medicina.

Outro exemplo é a confusão entre tristeza, luto e depressão – alardeada por setores da saúde mental e pela mídia como o ‘mal do século’. Conforme Ricardo, estão dando prazo para o sofrimento. Assim, o processo de luto de uma pessoa que perdeu um ente querido ou algo de muita importância é normal se durar 14 dias. A partir daí, se não melhorar, é depressão e é preciso entrar com medicação. ”Isso nos assusta. Do ponto de vista da Psicologia, o processo de luto é  singular. Como estabelecer prazos para a elaboração do luto, questionou. Ele menciona o livro O tempo e o cão – a atualidade das depressões, da psicanalista Maria Rita Kehl, na categoria Educação, Psicologia e Psicanálise, no qual a autora pensa a depressão como sintoma social, de uma sociedade que exige felicidade, alegria em tempo integral, artificial, com as pessoas divulgando em redes sociais uma vida feliz o tempo inteiro.

Diz ainda que por trás do movimento da medicalização estão forças da sociedade e sobretudo um movimento da indústria farmacêutica voltado para isso. Fato, conforme Ricardo, mostrado no filme O Jardineiro Fiel, dirigido por Fernando Meirelles, que denuncia manobras da indústria de medicamentos para aprovar pesquisas e lança-los no mercado conforme seus próprios interesses comerciais. “Só que com o avanço das pesquisas em todas as áreas, a medicalização mostra-se cada vez mais polêmica e questionada inclusive no próprio campo da medicina”e.

O profissional, que atende crianças e adolescentes com dificuldades específicas na escola, adverte pais e educadores para que, antes de rotular quaisquer dificuldades de aprendizagem com este ou aquele distúrbio, devem avaliar e refletir o contexto como um todo. “O que está acontecendo dentro da escola e no sistema educacional que está dificultando que a criança aprenda aquilo que tem que aprender?”, questionou. Para ele, é preciso impor limites às crianças, ensinar, por ex., que não se pode fazer tudo o que se quer fazer. “A criança precisa de limites. Afinal, que mundo é esse em que não sobra tempo para os pais estarem por mais tempo com os seus filhos? Que escola é essa que tem mais de 40 alunos por sala de aula, impedindo o professor de acompanhar o aluno mais de perto, de ter um contato mais próximo?”

Esse contexto desfavorável à educação e ao desenvolvimento psicológico de uma criança é, na análise de Ricardo, favorável aos processos de medicalização. “A partir do momento em que a criança toma um comprimidinho, fica parada, contida quimicamente, e não atrapalha mais. Só que esse ‘efeito terapêutico’ é sinal da toxicidade do remédio. O melhor é que pais e professores reflitam mais sobre o que pode estar acontecendo, dialoguem e investiguem esse contexto, que é complexo, antes de encaminhar a criança para um profissional. Isso pode parecer mais complicado do que dar um remédio – aliás, tomar remédio é mais fácil; toma-se remédio para tudo. Em vez de fazer exercício e melhorar a alimentação, as pessoas tomam remédio para emagrecer”.

Para ele, do ponto de vista psicológico, essas drogas exercem efeitos complexos e preocupantes, como ‘calar o sujeito’ – quando a criança que está ‘incomodando demais’ está, na verdade, querendo chamar a atenção, comunicar algo, como medos, preocupações, desejos. “Nós precisamos primeiro ouvi-las, dar atenção e não calar a angústia, o sofrimento com um comprimidinho”.

Do ponto de vista orgânico, segundo ele, há relatos de que o uso contínuo desses medicamentos tornam as crianças menos sensíveis para uma série de coisas. Exemplo é um bombom de chocolate, que não vai ter o mesmo efeito de prazer. “Então, se a gente pensar em um adolescente que fuma maconha e usa esses medicamentos, sua propensão a outras drogas é muito maior porque ele vai buscar outras formas de obter satisfação, prazer”, explicou.

Para Ricardo, a questão é grave, colocando em risco a saúde das crianças e transferindo para elas a responsabilidade de um sistema de educação cheio de problemas. “O Estatuto da Criança e do Adolescente assegura que a criança tem direito à vida, à educação e saúde de qualidade. E esse direito pressupõe o direito de não tomar uma droga que pode levar a consequências graves. É por isso que temos que lutar.”

***

Recebido via e-mail de Andrea Cunha Arantes (Psicóloga e Professora)

Vídeo da TV Brasil

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Documentos para matrícula para alunos novos 2013: período de 05 a 17/12/2012


MATRÍCULA (PARA OS ALUNOS NOVOS)

Data: 05 a 17 de dezembro de 2012

O sistema de matrícula via INTERNET (www.pmf.sc.gov.br) será aberto no dia 05 de dezembro a partir das 8h da manhã.

Os pais/responsáveis dos alunos, no momento da matrícula on-line, estarão reservando a vaga, sendo que sua confirmação se dará após a entrega da documentação (certidão de nascimento da criança e o atestado de frequência) até o dia 20 de dezembro.

No momento da entrega da documentação a Escola entregará a lista de material e fará a sondagem do turno desejado e orientará quanto ao benefício do transporte escolar gratuito.

Obs.: Do dia 18/12/2012 a 04/02/2013, o sistema de matrícula on-line permanecerá aberto para matrículas novas, porém o recebimento da documentação (certidão de nascimento e atestado de frequência – com indicação do ano/série que irá frequentar em 2013) ocorrerá a partir do dia 05 de fevereiro, pois a Escola estará em férias coletivas. Somente a partir da entrega da documentação ocorrerá a efetivação da matrícula.

Documentos para matrícula (alunos novos 2013)

. atestado de frequência da escola anterior (exceto para o 1o. ano);
. histórico escolar;
. comprovante de residência;
. certidão de nascimento.

A matrícula para o 1º ano será para crianças que tenham, no mínimo, 6 (seis) anos completos até 31/03/2013.hospedagem de site barato

Documentos para a rematrícula 2013 (para alunos que já estudam na escola): período de 12 a 28/11/2012


Documentos para a rematrícula 2013

Período para a rematrícula de 12 a 28/11/2012

REMATRÍCULA
(PARA OS ALUNOS QUE JÁ ESTUDAM NA ESCOLA)

Datas:
12 a 28/11: rematrícula on-line (o sistema abrirá no dia 12/11 indicado no site da PMF)
12 a 28/11: confirmação da rematrícula na Escola

A Escola registrará na agenda escolar o número de matrícula de seu filho. Com esse número vocês deverão atualizar os dados de seu filho na ficha de matrícula, via INTERNET (www.pmf.sc.gov.br).

Os alunos que utilizam o benefício do transporte escolar gratuito deverão fazer o recadastramento e trazer a documentação comprobatória à Escola (comprovante de residência do educando e de renda familiar) até o dia 28/11.

No período de 12 a 28/11, das 7h45 às 11h45 e das 13h30 às 17h30, solicitamos a presença dos senhores para completar a rematrícula, trazendo também os seguintes documentos abaixo quando for o caso:

. entrega da ficha da matrícula (on-line) assinada;
. opção do turno para 2013 (manhã ou tarde);
. lista de material escolar;
. autorização para prática de educação física;
. uniforme;
. opção para educação religiosa;
. contribuição para A.P.P.
. transporte escolar (trazer comprovante de residência e de renda de todas as pessoas da casa que trabalham)
R$ 1.100,00 (famílias com 3 componentes)
R$ 1.500,00 (famílias com 4 ou mais componenteshospedagem de site barato

Livro: O aniversário da Princesa


Livro: O aniversário da Princesa

Luan Tomazio Augusto
Brenda Barros

Ilustração de Emanoelly da Silveira

Ano de publicação: 2012

Escola Básica Municipal Pe. João Alfredo Rohr
Córrego Grande . Florianópolis . SC

Confira o belo trabalho clicando aqui.



Lançamento de livro: "De mãos dadas: discussões e vivências sobre a relação escola e universidade”



Lançamento de livro com artigo* da Profa. Mônica Dias Vieira - 12/11/12

"De mãos dadas: discussões e vivências sobre a relação escola e universidade”.
Editora da UDESC

Local: Escola de Educação Básica João Alfredo Rohr
Horário: 14 horas
Data: 12 de novembro de 2012

Mônica Dias Vieira é professora na Escola Beatriz (Turma 42) e coordenadora de Tutoria Online do Programa Diversidade Étnica na Educação/FAED/UDESC.

* Diferenças e respeito no contexto escolar: os contos africanos como possibilidades metodológicas

terça-feira, 6 de novembro de 2012

"Raridade nas salas de aula: Professor com doutorado da aula no ensino fundamental"


Foto: Alvarélio Kurossu/Agencia RBS

Professores com doutorado são minoria em sala de aula no ensino fundamental

SC tem 42 professores doutores nessa etapa de aprendizado, o que representa 0,1% do total

Por Júlia Antônio Lourenço
Diário Catarinense
06/11/12

Pedro Cabral Junior tem 51 anos e metade deste tempo passou em sala de aula. Depois de 25 anos estudando, é dono do título de doutor. Todo o conhecimento adquirido repassa para seus alunos da educação básica. Como ele, há outros 41 professores doutores em Santa Catarina no ensino fundamental — o que representa 0,1% dos 41.787 profissionais.

No Brasil, o percentual é ainda menor: 0,08% de 1.389.706 professores de ensino fundamental tem doutorado. Os dados são do Ministério da Educação, referentes a 2011. O Estado com mais doutores é o Rio de Janeiro, com índice de 0,3%.

Baixos salários e até mesmo um entendimento de que lugar de doutor é na universidade levam educadores a deixarem as escolas básicas. Cabral Júnior pensa diferente. A caminho de um pós-doutorado, o professor de artes, de 5º a 9º ano, do colégio municipal Beatriz de Souza Brito, em Florianópolis, nunca cogitou sair da escola.

— Aqui é onde eu consigo atingir as coisas que eu acredito com mais intensidade. A revolução que a gente tanto prega é feita no teu espaço de trabalho e na base. É onde eu escolhi estar e ser feliz. Sou professor por opção, e eu gosto de estar aqui. Me divirto em sala de aula — afirma.

Cabral acredita que a escola é onde começa a construção do conhecimento, das ideias e dos valores. Além de estar no lugar que escolheu, ele também diz que o salário está dentro do que considera justo para um professor com doutorado, levando em conta seus 28 anos de serviços na rede municipal.

Para professor, estudar e voltar pra escola é ótimo

Cabral acredita que há poucos doutores no ensino fundamental por uma ideia de que ter doutorado e dar aula para crianças é muito pouco. Quando fala que tem doutorado, as pessoas perguntam em qual universidade ele trabalha.

— O status te impõe e obriga que seja professor universitário e até existe uma desconfiança das pessoas que pensam que não estou na universidade porque não passei em concurso — observa Cabral, que já deu aula em universidade.

Apesar de serem poucos os doutores no ensino fundamental, ele acredita que a especialização faz bastante diferença em seu trabalho.

— Quando voltei do doutorado, eu brincava: vocês não notaram como eu estou diferente, como estou melhor? Sair do dia-a-dia e ir para os bancos escolares, estudar e depois voltar para o espaço de onde saiu é ótimo. Ver que existe outras possibilidade de fazer diferente. O dia-a-dia nos cega, impede até às vezes que a gente leia e estude. Mas a saída te dá esse refresco — finaliza.

"Não se muda o chão da escola estando longe dele", diz estudioso

Professores com doutorado são fundamentais para qualquer nível e modalidade de ensino. É esta a opinião do professor da Universidade do Estado de Santa Catarina e presidente do conselho municipal de educação de Florianópolis, Lourival José Martins Filho, que também integra o comitê de educação do DC. Para ele, não se muda o chão da escola estando longe dele.

— Que bom seria se da educação infantil, desde a creche, até a educação de jovens e adultos contássemos com a presença de professores doutores pesquisadores com a dignidade profissional e salarial reconhecida — ressalta.

O salário baixo leva muitos professores escolherem o ensino superior, mas não é o único motivo. Um outro seria a questão cultural, de associar o doutor às universidades e aos institutos de pesquisa.

 — Existe um preconceito entre os próprios docentes. Alguns afirmam "fulano tem mestrado ou doutorado e está trabalhando com crianças pequenas ou está alfabetizando ou está na coordenação pedagógica". Seria maravilhoso se doutores fossem reconhecidos em todas as etapas da educação.

Martins acrescenta que a própria educação básica brasileira não está preparada para a escola ser um laboratório de aprendizagem. Cada colégio deveria ter professores efetivos com dedicação exclusiva para serem pesquisadores dos problemas cotidianos.

Ele argumenta que a solução dos conflitos da escola não está fora dela. São os próprios docentes que podem construir novas alternativas.


Reproduzido de Diário Catarinense
06 nov 2012

Vídeo em 25/10/12.

sábado, 3 de novembro de 2012

"Ora (direis) ouvir estrelas!"...


Via Láctea

Olavo Bilac

I

Talvez sonhasse, quando a vi. Mas via
Que, aos raios do luar iluminada,
Entre as estrelas trêmulas subia
Uma infinita e cintilante escada.

XII

Sonhei que me esperavas. E, sonhando,
Saí, ansioso por te ver: corria...
E tudo, ao ver-me tão depressa andando,
Soube logo o lugar para onde eu ia.

E tudo me falou, tudo! Escutando
Meus passos, através da ramaria,
Dos despertados pássaros o bando:
"Vai mais depressa! Parabéns!" dizia.

Disse o luar: "Espera! que eu te sigo:
Quero também beijar as faces dela!"
E disse o aroma: "Vai, que eu vou contigo!"

E cheguei. E, ao chegar, disse uma estrela:
"Como és feliz! como és feliz, amigo,
Que de tão perto vais ouvi-la e vê-la!"

XIII

Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda a noite, enquanto
A Via Láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"

E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e entender estrelas”.

***

BILAC, Olavo. Antologia : Poesias. São Paulo: Martin Claret, 2002. p. 37-55.
Leia o poema “Via Láctea” completo clicando aqui.




Max Medeiros

Poeta graças ao sentido amplo do termo, o sentido que de livre despe-se de sentido. Já no outro, o sentido restrito, aquele que filtra versos e transforma os fonemas mais finos em livros, esse o faz sentir-se restrito demais. Poema E Pé


O Fim do recreio


O Fim do Recreio

O curta metragem de ficção realizado pela Parabolé está em circuito de festivais e mostras de cinema!

Sinopse
No Congresso Nacional, um projeto de lei pretende de acabar com o recreio escolar. Ao mesmo tempo, em uma escola municipal de Curitiba, um grupo de crianças pode mudar toda essa história. Recheado de vibrantes brincadeiras infantis, O Fim do Recreio é um curta-metragem para todos os públicos, que bota a boca no trombone e avisa: cobra parada não engole sapo!

Prêmios
. Foi o grande vencedor da 11ª Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis, escolhido pelo Júri Oficial e pelo voto do público infantil - recebeu um Prêmio Aquisição da TV Brasil

. Escolha do Juri Popular na 14ª Mostra de Cinema de Londrina - recebeu um Prêmio Aquisição da RPC TV

Ficha técnica

Elenco
Felipe - Weslei Eduardo Alves de Lima
Cleber - Jackson Thierry do Nascimento Neres
Pedro - Enzo Tommasi
Senador - Vinicius Mazzon
Apresentadores dos telejornais - Gustavo Horn
Voz de manchete de jornal - Nélio Spréa
Diretora - Kátia Horn
Inspetora - Greice Barros
Professora - Luana Godinho

Roteiro e Direção
Vinicius Mazzon e Nélio Spréa

Produção

Saiba onde e quando foi ou ainda vai ser exibido clicando aqui.

Assista ao curta (completo) em SundayTV/Terra, clicando aqui.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

A lenda do Saci Pererê

Foto: Alexandre Mury

A lenda do Saci Pererê


A lenda é assim! Basta que exista um bambuzal e, de repente, de dentro dos caniços, nascem os sacis. É como eles vêm ao mundo, dispostos a fazer estripulias. Conta a história que esses seres já existiam bem antes do tempo que os portugueses invadiram nossas terras.

Ele nasceu índio, moleque das matas, guardião da floresta, a voejar pelos espaços infinitos do mundo Tupi-Guarani. Depois, vieram os brancos, a ocupação, e a memória do ser encantado foi se apagando na medida em que os próprios povos originários foram sendo dizimados.

Quando milhares de negros, caçados na África e trazidos à força como escravos, chegaram no já colonizado Brasil, houve uma redescoberta. Da memória dos índios, os negros escravos recuperaram o moleque libertário, conhecedor dos caminhos, brincalhão e irreverente. Aquele mito originário era como um sopro de alegria na vida sofrida de quem se arrastava com o peso das correntes da escravidão.

Então, o moleque índio ficou preto, perdeu uma perna e ganhou um barrete vermelho, símbolo máximo da liberdade. Ele era tudo o que o escravo queria ser: livre! Desde então, essa figura adorável faz parte do imaginário das gentes nascidas no Brasil.

O Saci-Pererê é a própria rebeldia, a alegria, a liberdade. Com o processo de colonização cultural via Estados Unidos – uma nova escravidão - foi entrando devagar, na vida das crianças brasileiras, um outro mito, alienígena, forasteiro. O mito do Haloween, a hora da bruxa e da abóbora, lanterna de Jack, o homem que fez acordo com o diabo.

Queremos vida digna, um país soberano na política, na economia, na arte e na cultura. Cada região deste Brasil tem seus próprios mitos. Caipora, Boitatá, Curupira, Bruxa, Negrinho do Pastoreio... São os amigos do Saci que estão presentes na atividade do Dia do Saci Pererê, saudando e buscando a liberdade.

Elaine Tavares

Em Florianópolis a celebração do Dia Nacional do Saci-Pererê se deu no dia 31 de outubro, quarta-feira, das 16h30 às 18h30, na Esquina Democrática, em frente à igreja São Francisco. Promoção é do Sindicato dos Trabalhadores no Poder Judiciário Federal do Estado de Santa Catarina (Sintrajusc), com apoio do Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal de Santa Catarina (Sintufsc) e da Revista Pobres & Nojentas.

***

O SACI (1951)



O Saci
Direção de Rodolfo Nanni (Brasil, 1951)

O Saci e o fantástico para crianças

O Saci foi um marco para o cinema brasileiro por várias razões: foi o primeiro longa-metragem infantil realizado no país, o primeiro inspirado na obra de Monteiro Lobato e também um dos primeiros a reunir um grupo de artistas e intelectuais que teria papel definitivo na constituição de um projeto de cinema nacional, como o cineasta Nelson Pereira dos Santos, que foi assistente de direção do filme, e o pesquisador Alex Viany, gerente de produção. A equipe, chefiada pelo artista plástico Rodolfo Nanni, que até então tinha experiência no cinema apenas como continuísta (do inacabado AGLAIA, de Ruy Santos), contava também com outros profissionais importantes, como o fotógrafo Ruy Santos, o compositor Cláudio Santoro e o montador José Cañizares, além do elenco composto pelas crianças (Paulo Matozinho, como Saci; Livio Nanni, como Pedrinho; Aristela Paula Souza, como Narizinho) e outros atores convidados, como Maria Rosa Ribeiro (Dona Benta), Otávio Araújo (Tio Barnabé) e Benedita Rodrigues (Tia Nastácia).

Concebido como um projeto quase familiar e filmado nos estúdios alugados da Cinematográfica Maristela, em São Paulo, entre 1951 e 1953, o longa foi produzido num sistema independente, mas obteve, depois, significativo sucesso comercial. Inspirado no Saci-Pererê (1), figura folclórica conhecida no Brasil desde o século XVII, e cuja origem está na junção de uma figura da mitologia indígena com elementos das culturas africana e européia, o filme trazia a entidade brincalhona a partir da visão do escritor Monteiro Lobato, que a transformou em personagem recorrente da coleção Sítio do Pica-pau Amarelo, publicada entre 1921 e 1947 – e iniciada justamente com o livro O Saci.

O longa de Rodolfo Nanni contava uma das aventuras das crianças Pedrinho e Narizinho no Sítio do Pica-Pau Amarelo, quando o menino aprende a caçar sacis e acaba ficando amigo de um deles, que o leva para assistir à “sacizada” (reunião em que dezenas de sacis que se encontram magicamente durante a noite) no meio da floresta. Então, Pedrinho e seu novo amigo descobrem que Narizinho fora petrificada pela maldosa bruxa Cuca, e precisam resgatá-la em uma caverna assombrada, para desespero da vovó Dona Benta e da fiel cozinheira Tia Nastácia.

Como se pode depreender da trama, o filme era dedicado ao público infantil, mas também fazia parte de uma proposta mais abrangente de seus realizadores, no sentido de abordar a cultura e a identidade brasileiras no cinema, apresentando soluções estéticas diferentes daquelas que as grandes produtoras cariocas e paulistas (como a Atlântida, a Vera Cruz e a própria Maristela) haviam escolhido. Nesse sentido, o longa chama a atenção por apresentar-se como uma experiência lúdica, que abordou, de maneira quase teatral na direção de arte, e quase documental na direção de fotografia, personagens típicos da literatura e do folclore brasileiros, num recorte que pouco tinha a ver com um cinema “de gênero” internacional pretensamente emulado nos estúdios da época, e estava muito mais ligado à literatura e às representações populares do fantástico na cultura brasileira.

A obra acabou fazendo uma boa carreira comercial, beneficiando-se da popularidade dos textos de Monteiro Lobato e das leis de proteção ao cinema brasileiro, que garantiram a circulação da fita, sobretudo nas cidades do interior do país. O Saci também ganhou alguns prêmios importantes, como o Prêmio Saci de 1954 (concedido pelo jornal O Estado de S. Paulo) e o Prêmio Governador do Estado de São Paulo, no mesmo ano. O filme também teve sua memória relativamente bem preservada, sendo exibido eventualmente na televisão (nas emissoras educativas), e ganhando recentemente uma pouco divulgada edição em DVD, que traz, nos extras, um detalhado documentário sobre a realização do filme.


Ficha técnica

Diretor: Rodolfo Nanni
Elenco: Paulo Matozinho, Lívio Nanni, Otávio Araújo, Olga Maria, Maria Rosa Ribeiro, Aristéia Paula de Souza.
Produção: Alex Viany
Roteiro: Rodolfo Nanni, Arthur Neves
Fotografia: Ruy Santos
Trilha Sonora: Cláudio Santoro
Duração: 64 min.
Ano: 1951
País: Brasil
Gênero: Aventura
Cor: Preto e Branco
Distribuidora: Independente
Classificação: Livre

Laura Cánepa

Assista também:




Alexandre Mury



Alexandre Mury trabalha auto-retratos, a partir de releituras de ícones, da pintura, escultura, cinema, literatura e outras referências da cultura universal usando a fotografia como suporte. O artista fotografa desde os 16 anos e realizou sua primeira exposição coletiva importante em 2010 no MAM-RIO (Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro), fazendo parte da coleção de Gilberto Chateaubriand.

Nascido no estado do Rio de Janeiro, no dia 13 de janeiro de 1976 é um artista por vocação, desde criança desenhou e pintou. A fotografia como expressão vem legitimá-lo como artista a partir do momento em que começa a ter suas primeiras obras na coleção de renomados colecionadores brasileiros de arte como Joaquim Paiva. Através da livre interpretação recontextualizada, lúdica e intrigante faz ressignificar célebres criações eternizadas e convida para repensar os clássicos. O caráter performático, a auto-direção, a escolha e produção de figurinos e cenários esquadrinham o estilo, inventividade e habilidades de um multiartista. A auto-imagem e o discurso do “eu” orientam a unicidade no conjunto de uma obra bastante eclética. O improviso e a visão alegórica remetendo as coisas do Brasil com uma estética vernacular e peculiar no trabalho do artista que explora o contexto contemporâneo mundial de reciclagens e releituras.

Conheça mais sobre o artista clicando aqui.

Foto: Alexandre Mury "como" Dr. Gachet, pintado por Van Gogh (1890) atualmente exposto no Museu D'Orsay (Paris/França)